DEAU
Cala o Medo
Quando achares esse quarto demasiado apertado e sentires o silêncio a falar-te demasiado alto, tu respira. Inspira bem fundo, contempla o mundo e tudo o que o rodeia porque às vezes esquecemos a sorte que temos de ainda estar aqui. Tu sente, que aquilo que tu sentes eu já senti

Corpo fraco, mente cheia
Repetição da ideia é de fracasso, solidão desconfiança embaraço
Interesse por tudo o que te rodeia e sentires o pânico a limitar cada um dos teus passos
Calafrios arrepios, insónias e medos, preenchem vazios que quando nos apercebemos
Sentimos que não nos conhecemos e que é fácil nos perdermos de nós mesmos
Se não soubermos enfrentar contratempos
Que a vida apresenta, ou a gente se aguenta e enfrenta
Ou então cai de cabeça no ciclo depressivo
Quando a pressão aumenta há que distinguir se a mão que nos levanta
Não é a mesma da que nos empurra e das duas uma
Cai ou vai à luta, desiste ou procura
O lugar no pódio por muito que seja ajuda
Há coisas que só são feitas por ti próprio, tu escuta

É essa voz que te move que cala o medo
Corre, atrás de ti próprio, sê tu mesmo
Pode haver entraves, só depende do que tu fazes
Para derruba-los ou deixa-los tombar-te
Parte atrás do que tens a fazer antes que seja tarde

Ninguém espera por ti, muito menos opera por ti
Aplica-te ou complica essa partida e
Já senti essa ponte com menos metros de altura
Já temi ficar pelo caminho antes da minha rua

Ouvi o silêncio dizer coisas que nem acredito
Aos berros a perguntar como é que eu calo tudo isto
Arrepio-me todo só por te estar a falar nisto
A sentir-te desse lado a passar por tudo isso

Só não queria ver-te triste ou então à deriva
A bater em todas as portas sem encontrar uma saída
A levar com facadas sem ter uma mão amiga
A falar com as paredes sem haver uma que te diga
Que tu és especial, quando mais precisas
Que tu és capaz, quando tu não acreditas
O quanto tu vales, quando tu te desvalorizas
Se quiserem que te cales, grita todos os dias

É essa voz que te move que cala o medo
Corre, atrás de ti próprio, sê tu mesmo
Pode haver entraves, só depende do que tu fazes
Para derruba-los ou deixa-los tombar-te
Parte atrás do que tens a fazer antes que seja tarde

Tens que ser forte porque sorte nem todos a têm
Lágrimas que hoje choras nem todos as vêem
Nem todos vêm com as melhores intenções
Conta contigo quando se acendem as escuridões

Luta com o que tens, sem que te detenhas
Das entranhas por vezes encontram-se forças estranhas
Para vingar e agarrar oportunidades de pulso firme
Para não deixares perder a pouca força que ainda existe

Por vezes pensamos que não temos mais nada
Até alguém nos mostrar que essa ideia está errada
Enquanto tivermos alguém que nos guarde de forma especial
Temos o motivo sobrenatural para acordar levantar e encarar a vida
Quanto mais não seja, sermos nós um dia
Quem levantará o carisma de quem ficou connosco no escuro
E nos mostrou o sentido para estar no mundo

É essa voz que te move que cala o medo
Corre, atrás de ti próprio, sê tu mesmo
Pode haver entraves, só depende do que tu fazes
Para derruba-los ou deixa-los tombar-te
Parte atrás do que tens a fazer antes que seja tarde