Meu trabalho por si só não garante o bem gentil
Dá direito à pátria irmão, não a pátria do fuzil. (2x)
O alarme desperta todo dia às 6:00 desde os 16
Pra pagar as contas e comprar ração no final do mês
O movimento é pendular
O mesmo filme repetido entre o trabalho e o lar
Vivendo a vida como um vinil de uma só track
Vida de gado, Zé Ramalho, num “back to back”
Não teve o tempo de Sêneca, cansaço na têmpora
Sangue suor e lágrima pra temperar
Mentes colonizadas trocam sua própria raiz
Por um mal que nem plantou
Corpos terceirizados tecem atados
Um futuro assaltado como o trem pagador
Onde serão triturados por decisão dos senhores
Que analisam o meu desempenho
E assim seguem os tempos modernos
Com vermes em ternos de 10 mil
E o retorno do povo pro engenho
Meu trabalho por si só não garante o bem gentil
Dá direito à pátria irmão, não a pátria do fuzil. (2x)
Eu colhi cana pra por grana no teu bolso
Pra ver teus cana dando tiro no meu povo
Tua TV que engana é só mentira no jogo
Sorriso cínico e racista na tela de novo
Em cada esquina uma sequela e a violência é o troco
No jogo de damas mais uma trama das 8
Acende a chama onde o ódio só inflama
Movido a cocaína pagode e Brahma
A culpa no trono e o crime vem
O medo te põe na mira ou no porta-malas de refém
Infância roubada, Brasil Babilônia
E nessa porra eu não sou ninguém
(2x)
Meu trabalho por si só não garante o bem gentil
Dá direito à pátria irmão, não a pátria do fuzil. (2x)