Grito Filmes
CYPHER LIBERTEM RAFAEL BRAGA
[Verso 1: WJ]
Um salve primeiramente pra toda comunidade
Pros amigos inocentes: Paz, justiça e liberdade
- E ae, tio! Fala pra mim, tio...
O amor sumiu, coméquetá o Rio, tio?
- O Rio tá ruim, menor
Secando da água pro pó
Se tem negro no miolo, taca chumbo que é o pior, ó
Mentalidade de idio-tá louco, eu sou da raça
E se mexer com a raça, não teremos dó
Jogaram o irmão na senzala
Eu mato e morro nesse vale, mas não voltarei pra vala
Vale tudo ou nada pra cair no teti-a-teti
Escravidão moderna, o chicote é o cassetete
(Gente que acredito, gosto e admiro...)
Tentava sobreviver e agora morre no presídio
Como vou aceitar? Como conciliar?
O Braga acordar na cela e o Cabral dormir no lar?
Governo engraçado, sorria preconceito, você tá sendo filmado
Política não muda, finge que me ajuda
Pátria: Jesus
Senado: Judas
Todo conto, conto certo e certo acerto sempre
Enforcado e sem ter gasto a venda de um inocente
Na palma: ódio, não me peça calma
Onze ano de injustiça é um milhão pra minha alma
Mal costume, infelizmente acostumado
Bacana é formado, sem grana é forjado
O Rafael é Braga, o meu governo é brega
Sou preto, negro, beiço, e se tem bola eu sou Negueba
Sem guerra de torcida, sem mente pervertida
A guerra de quem grava e põe imagem retorcida
[Verso 2: Lodk]
Imagem retorcida, imagem retorcida
"Brasil, um país de todos"
A maior piada que eu ouvi
O arrombado que escreveu isso nem deve morar aqui
Inocente atrás das grades, sem direito de sorrir
Eles comendo caviar e dando rolé de Jet Ski, ó
Dinheiro sujo de sangue da gente
De trabalhador e de crente que mantém o país na roda
Mas tu é porco sujo e inconsequente
Derrama sangue da gente pra ir de férias na Europa
Foda-se o Temer, a Dilma e a Copa
Cês são a AIDS do país, política tá morta
E eu sinto nojo, além de pena de todos os cuzão
Que assiste de longe e lucra com o jogo do polícia e ladrão
Cês tira a saúde e a educação, nego
Mas cês não calam a nossa voz
Me devolve droga e violência gratuita, porra
E ainda quer por a culpa em nóis?
Bandido bom é bandido morto, é o que eles fala
Mas mudam opinião quando morre o bandido que vende a arma, né?
E o vilão não é só quem dispara
E eles tão pouco se fudendo pra Maria Eduarda
Pastores vira deputado e também roba o povo
Falso profeta que a fé prega, chega a me dar nojo
Proíbem as drogas e proíbem o aborto
Mas se Jesus Cristo volta, vocês mata ele de novo
[Verso 3: Ju Dorotea]
É, eu sei que vai chegar
O sol da justiça pra iluminar
E os meus irmãos serão livres das mãos que oprimem
Da mão que aprisiona
Ele te esmaga de cima pra baixo
Aqui debaixo do sol não vi nada mudar, não
E chamam de atitude suspeita
Os preto de atitude que ergue a voz, que peita, jão
Então pega um pra bode expiatório
Mas o repertório aqui é rap nocivo
Eu porto verso, é arte de fato
Então pode alegar porte de artefato explosivo
E a gente propaga se eles apagam na televisão
Canto com fé que um dia o sol da justiça vai nascer para o irmão

[Verso 4: Dvasto55]
Preferido no enquadro, na abordagem de rotina
Os que pediram trocado é os mesmo que fazem chacina
Os que me forjam flagrante, os que me matam na esquina
Imagina, hã, são coisas que a TV não ensina
É um tribunal de rua sem saída, sim, sem saída
Por favor me diga quanto vale a vida
Quanto vale a lágrima de uma mãe sofrida
Quanto custa pra andar de cabeça erguida
Siga atento, leia livros, pois o sistema é uma praga
De onde eu venho são vários Rafael Braga
Tenho lido sobre assuntos que não me agrada
Os jornais não me informam mais
É a cruz e a espada
Polícia é racista, e tem quem vá dizer que não
Ser preto é ter o retrato falado sem facção
PM é paga pra defender o estado e não o cidadão
Ladrão, é nessa que vários se vão
Tipo marginal padrão, marginal alado, marginalizado
Nordestino, preto, pobre, favelado
Sou demais pro Estado, pros demais meu estado de elevação
Sua sensação de liberdade é ilusão
[Verso 5: Baga]
Nascemos numa prisão, buscando liberdade interna
Com uma mira no peito e otários nos passando a perna
Gera reciprocidade, fuzil russo e belga
Nos querem o prego que aquele martelo prega
Pra libertar prende essa que na mente habitará:
A justiça que queremos é a que nos escutará
Com verba ou sem verba e a cor não julgará
Que se pá um me forjar, muitos não irão me escutar
Não é ódio, hey boy, eles também desacata
Cês só não tão no AI-5 porque cês não tem minha cara
Meu rap em negrito pra ver se destaca
Que preto e favelado não é só o destaque pras barca
Sujeito a enquadro pro ser o sujeito suspeito
Que morto vira culpado, tiros forjados com dedo
Pior do que leis falhas, são canalhas que a aplica
Que vêem cinco negros e 111 tiro aplica
São absolvido e talvez percam o distintivo
E nós somos mortos por sermos confundidos
Por ruas escura, procuro o cara escuro
E uns vendem o que apreendem e pagam mal pra matuto
E quantos ainda irão pra penitenciária
Sem culpa alguma, sofrer em condições precárias
Pique Black Phanter, o plano é tomar o judiciário
Que o Fleury sonha em privatizar o carcerário
Cypher mais inflamável que o artefato encontrado
A reação dessa será reaça puto em comentário
Usuário preso por tráfico de entorpecente
Coisa do gueto da gente, de onde cês são cliente
Meu som incendiário, queimo ladrões de terno
Pra Adolf Hitler chorar no inferno
Cheiro de morte e Pinho Sol, nos querem naquela vaga
Sol quadrado por Pinho Sol
Libertem Rafael Braga!