[Intro]
Bendita na casa, mano
Ei, cês tão me ouvindo?
[Verso 1]
Eu sou Bendita, fábrica de MC maldito
Sid, transformando lenda em mito
Nascido e criado pra essa briga
Se essa base vira o Sid vira a encarnação do próprio espírito
Para e pensa duas vezes
Antes de mexer com quem tá entocando planos já tem meses
Eu sou a profecia dos seus deuses
Meu plano é semelhante ao que Napoleão fez aos franceses
Da base ao topo
Do topo se volta o benefício à base
Resumo cem anos de história em uma frase
Professor, desculpa ter pixado a classe, eu sou meio rupestre
Marcas na parede ainda são expressão de arte
Eu morro preso, mas eu não morro calado
Eu morro rimando
Deixando acomodado incomodado
Já tem tempos que eu incomodo um bocado, do meu cômodo
Quando eu mudar de âmbito cês sacarão o recado
Me sinto preso à forca e sei quem me dá corda
Eu me sinto um pirata com a prancha beirando a borda
Eu não entrei pro crime, mãe, por conta da senhora
Hoje o burguês me odeia e o filho dele me adora
Porra
[Refrão 2x]
Eu tô vivendo a vida dupla
E eu ponho a culpa no rap
O rap nunca me pediu desculpa
E com tudo, eu continuo apaixonado em rap
[Verso 2]
Hoje eu acordei em terceira pessoa
Tô vendo meu corpo deitado na minha cama
Os demônios que me cercam nunca ficaram tão claros
Nem tão agressivos que nem durante o fim de semana
Talvez tenham notado a mudança no clima
A mudança na rima, a mudança na minha vontade
Zerar o jogo não é o que eu queria, e pra falar a verdade
Eu só critico o mundo por mera necessidade
Eu não sei se o que eu faço tem efeito
E vivo questionando a minha caminhada
Bem vindo ao hip-hop, terra sem prefeito
Onde no beco mais vazio e mais escuro eu fiz morada
Vai
[Refrão 2x]
Eu tô vivendo a vida dupla
E eu ponho a culpa no rap
O rap nunca me pediu desculpa
E com tudo, eu continuo apaixonado em rap
[Outro]
Muitos fazem boas ações pelo motivo errado
E outros fazem más ações pelo motivo certo
Quem julga é burro e quem cala é esperto
Busque entender o cidadão antes de entender o dialeto