[Introdução]
Yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah
Bendita é o fruto do nosso rap
Sempre será, sempre foi
Aceita que dói menos
Aham, aham
Então vem!
[Verso 1]
Ouvidos abertos, bico fechado, chegado
Tem uns tempos que eu me sinto deixado
Meu corpo é um monumento e eu morro pixado
E fichado pelo assalto lírico do ano passado
Sorte no jogo e no amor, eu vim jogar dados
Tá dado o recado, eu ando certo de um jeito errado
Eu sou tão branco que não me sinto representando pelo que canto
Mas canto o que que tem que ser cantado (okay)
Acho que eu viro o jogo antes do 30
Compro uma mansão pra minha linda do lado de Taguatinga
Tem rapper que canta, tem rapper que ginga
Mas se o hip-hop é um quadro
Eu só morro quando eu acabar com a tinta
Tem gente que acha que a mentira brinca com o ego
Então minta pra si mesmo, cego
Trinca e se vinga do resto, nós mira no teto
Finca rima linda, reto, dialeto é um só
Rima de verdade e papo reto
Tem amigo que é solução, e outros que é problema
Tem rap que é libertação, e outros são algema
Tem música que é só palavra, e outros são poema
Tem MC que vai te dar asa, e outros que dão pena
Chora, quem não nasceu iluminado
Vai ser difícil achar um ponto luminoso a se apoiar
E pros que nascem iluminados e acham que dinheiro é iluminação
Troca essa lampada pra não queimar
Eu já achei teu ponto cego
É uma pena que seja teu ego
Acho que se eu apertar ele arde (aham)
Mas eu não vou mexer agora
Deixa ele inflar e te levar pro alto
Volto pra estourar mais tarde
Nós vivemos numa terra sem regra
Então, sempre esteja atento, saiba quem emana
Eu cansei desses cara que fala merda
Se eu te acertar vai daqui pra outro plano
Nós vivemos numa terra sem regra
Então, sempre esteja atento, saiba quem emana
Eu cansei desses cara que fala merda
Se eu te acertar vai daqui pra outro plano
[Saída]
Vai daqui pra outro plano, parceiro, outro plano
Bendita é o fruto do nosso rap, entende?