Luísa e os Alquimistas
Algoritmos
[Verso 1]
Aprendendo a habitar os algoritmos
Nem sempre ciente da vantagem e o risco
De expor o que considero íntimo
E no ritmo
Quase que perco o estímulo
De nessa fugaz existência
Expandir minha potência
Para além de um currículo
Para além de um currículo
[Verso 2]
Numa mão eu faço figa
Na outra um ramo de urtiga
Espero que eu consiga
Estar sempre atenta ao vão
O trem e a plataforma
O elo entre os vagões
A voz robótica que informa
Faltam cinco estações
Chego na Praça da Sé
Vejo as mazelas da Babylon
Escancaradas
Nas calçadas
Ouço um comboio de gritos
Sem trilhos
Descarrilho
Mas não perco o brilho
Ouço um comboio de gritos
Sem trilhos
Descarrilho
Mas não perco o brilho
[Verso 3]
E essa noite eu vim te visitar
Acompanhada dos meus orixás
Quero o deleite de um banho de mar
E essas dores vou deixar pra trás
E essas dores vou deixar pra trás
E essas dores vou deixar pra trás