NP Vocal
Desertos
[Verso 1: Leal]
Maldade, malícia, mudança de planos, enganos à vista
E sempre que erramos deixamos de lado toda essa cobiça
Ninguém é perfeito, defeitos à parte, quem não morde a isca e quem é que arrisca
Deixa de lado algo que tem pra mudar uma vida
Vidas perdidas sem amor próprio, com a alma num fóssil
Difícil aceitar, difícil entender, mas o mal é dócil
Ignorados jogados no poço, com nada no bolso
Cujo o sistema quer fora do próprio e prova pra nóis que o bagulho tá osso
Pescoço de vários por aqui rolando, mas cê nem se importa na sua brisa torta
Pois veem em HD numa tela de 100 o mundo se acabando
Eles observando tudo, controlando tudo, a moda e o mundo
E cês segue surdo, mesmo sem nada no prato, vendo os seus levando surra e ainda continua mudo
Você não acha sua rotina cansativa? Sua opinião, ela é realmente sua?
Quantas pessoas você daria a vida, e quantas pessoas dariam a vida pela sua, jão?
Seria chato se isso fosse tão fácil, eu levo as compras com meu filho no braço
Dos meus parceiros eu só quero a verdade e pra minha coroa eu só quero descanso
É uma cicatriz em um peito iludido, a ferida não cura sem eu ter esquecido
Que passa e ocorre comigo, até eu te dizer não aguento mais
Maldade de mel, piedade tem preço, aquele que odeia mas sempre é simpático
Flores de papel pra coração de gesso que em troca lhe da um sorriso de plástico
Às vezes esqueço o que eu queria lembrar, e quase sempre lembro que eu queria esquecer
Não vou pagar pra ver meu mundo acabar e num piscar de olhos meu ego me vencer
Porque se tudo fosse como eu quero nessa vida, tudo que eu sempre falo já teria mudado
Quantos tem quando cê não precisa, e quando você precisa quem que tá do seu lado?
E se eu te disser que é só um teatro, a mega-sena só te rouba e o governo é governado
Nóia e a biqueira a ratoeira e o rato a mesma coisa
E não importa que cê faça, se isso envolver trapaça de graça, cê quebra a cara
E embaça o B.O pros parça, desgraça naquela sala, que os cara odeia fumaça
E no futuro vai ser sempre a mesma coisa