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[Estrada Escondida] Filhos do Ocidente
[Letra de "Filhos Do Ocidente"]

[Verso 1: Pabra]
Filhos do Ocidente
Fujam da guerra e entrem neste ventre
No barco
Cheguem à minha terra e façam um parto
Tragam até à Tradição antiga que será a nova geração
Os filhos que terão de ter cuidado com a perdição:
Não sigam os nossos trilhos que foram trilhados com maldade
Se não
Serás castigado por nunca vires a conhecer a verdade
Serás um aleijado
Vais ajudar alguém a fracassar
Serás um fracassado
Um fraco
Antes da última hora
Nunca fiques cansado
Se não serás adorado pelo diabo
Ficarás solitário e isolado
A ler e a escutar o velho recitado
Nunca mais encontrarás mas facilmente serás encontrado
Espíritos negativos
Activos
Comigo em ambientes cativos
Espíritos negativos!
[Verso 2: Babba]
E o meu corpo oxida
E eu sou o maior responsável porque eu respiro e digo:
"eu sou o maior suicida"
Atmosfera maldita
Caga bem para o que sabes, a sociedade já te hipnotiza
Ninguém nasceu cá para ficar
E se dizem o contrário é porque não sabem
O que é que se passa do outro lado do aquário
Tudo é precário
Caga no que pensas, isso é merda
Quando eu morrer eu não quero um funeral
Eu quero um festival Um ritual astral
Um sinal local
Ama-me e se me odiares não faz mal
Caminhamos juntos até ao portal final
Eu vivi a minha vida a caminho da luz
Entre a matéria, a sombra e a cruz
Sobrepus o capuz à cabeça, cabeça à existência
No lugar onde eu penso
Que tem oferendas e ofensas a mim mesmo
No berço
Antes que morresse
Antes da chegada do frio
Antes de achar o vazo vazio
Antes do homem da barca decidir partir para o grande rio
Ciclo é meu
Fechado pelo auto-proclamado:
Baba Sapo! Longa vida ao seu reinado!
[Verso 3: Tilt]
Caminho quando 'tou deitado tipo que é projecção astral
E penetro as entranhas das montanhas do Nepal
A vida nada vale se não caminhar no vale anímico
Pressão mais animal é como epidural para o espírito
Não sei do que falo. "Ele é tão estúpido como é crítico
É tão lúdico quando é cínico" (yaya)
-Normal, pacífico
Buraco onde tu te aninhas e ninguém reza, é pressure
Só Zézé Camarinhas: aqui peleja, é pleasure
Não te mancas? Vim da construção feita pela vibração de mantras para acabar na posição do esqueleto de Beja
Ódio e inveja misturados na água benta
Até o papa tenta vir agarrado à placenta
Se é assim que benzes podes tentar vinte vezes
Mães saltam de mesas, chocam fetos de cinco meses
Filhos do ocidente que têm filhos por acidente
Eis o karma, momento mais silente até alarma
Atravesso o deserto sem mantimentos ou qualquer arma
Sem canhões ou angala
’Sa foda o teu cimo tipo quando eu rimo
Aproximo-me aos portões de Shambala
Verdadeiro padrão é Mandala
Vi com os meus próprios olhos, de olhos fechados sentado na sala
Ouvi a voz que fala quando a mente se cala
Silêncio é discurso ignorado pela gente de pala
Também nasci entre o som estridente
De bala, numa diferente vala
Mas se amor é dirigente isso é lhe indiferente, Halla
[Verso 4: Uno]
Oriento-me de Dharma
Com o reflexo parado e eu cansado no cimento e na tomada de poder
Sou um guerreiro que só reage
E hoje vai ter de ser
Então meditar para quê?
O chão tem almofada
No caminho de mão vazia antes de estar aqui calmo a fumá-la
E a rastejar quando faço bosta
Chamam meditação
Na vossa terra sinto essa infiltração
Se me acalmo fanam-me, se me passo olham
Quando eu me puder distrair sem ser bode espiatório, bora Venham
Não 'tou farto de ninguém
'Tou orientado para o treino
Todos por um, ou um e meio
A imperfeição é o quê?
Separaste-te porque convém
Então se ’tás na tuga, vem
Fazemos o negócio aqui
Inventamos o curativo para a espécie que infectaste
Com medo dos segredos de toda a gente
A apostar o teu filho quando o trabalho tira-te tempo
Este lugar para mim é passageiro, está lotado
Parto no barco, e o barco parte
'Sa foda toda a gente
Que se afogue toda a gente
Esta foda é tântrica, não há de gerar semente
O ocidente desveda
Inovar é tradição se a tradição deu em merda
E isso é traição
Filho único infértil e nunca lhe faltou paixão