[Verso 1: João Pestana]
A primeira impressão tirei como quem colhe a maçã
Ingénuo como tu sem atenção à dobra
Sempre brinquei com o que não conseguia ver
Mas brincar sai caro quando morde a cobra
Dá-me a boa nova, o corpo já o sente
No corpo corre o veneno
Da sábia serpente, no fundo, acho que toca a toda gente
Acordas um dia e já não és tu à tua frente
Egoísmo é cataclismo
Nada faz sentido sem a vénus de milo
Há que admiti-lo, mesmo sendo filho do que tenho sido
Cismar em ser um sismo, em ruas não conhecido
Viver o purgatório
Do modo mais notório
Epifanias quando olharеs se cruzam na messe ou rеfeitório
Trocadas juras existência leva curatório
E a questão na faixa trata-se no consultório
Quem era eu sem vocês
Meio à procura do completo outra vez
Deixei metade de mim sem porquês
Até ser o que vês, pragmática bomba ansiosa
Sem cores na tela queimo vidas cor de rosa
Eu sei que vocês tentaram e eu sou o que goza
Falhanço crónico aqui é moda
Foste salva quando abandonaste a roda
[Verso 2: Uno]
Vivo devido à minha mãe viva
Logo comigo as mulheres não têm de ter iniciativa
E se tiverem acaba quando não querem que eu seja da Marta
Quem quer é amiga que o meu rap elogia
Sem eu ver lábios vão ter a minha língua barata
Falo com todas as mulheres que gostam de falar
Falo até que o ciúme vá para onde está comprometido
É chato ouvir-me?
Lembro-me do meu toque possessivo
Cumpri o meu susto, tribunal ouviu
Leu-me acusações e eu nem respondi
Eu e deus dessa vez ficámos por ali
20 paus em mais duas divindades ao longo do tempo
Eram lindas, só é pena o olho negro
A culpa não é dela é dele, como vês
Que pelo menos seja feliz com os seus 25%
3 Ineses, Gabriela, Tatiana, Carolina, Leonor e Bárbara
Obrigado, eu prefiro à pala
É igual miúda, achas que não?
Simplesmente não quiseste fazer disso profissão
E para que hajam menos olhos negros entre vocês
Vai ter de haver mais compreensão
Amor
Identifiquem-se umas com as outras
Se hoje em dia só fodo com uma, acreditem que amo todas