[Verso 1]
Tiro o sumo da palavra (Mais alto)
Dá-me a data do despejo (Muito forte)
Bate a hora de chegada (Mais alto)
Perco o meu pretexto (Muito forte)
Meto gota à madrugada (Mais alto)
Tanta pressa para o desfecho (Muito forte)
A partir de agora pagas (Mais alto)
Nunca falar de dinheiro (Muito fora)
Sou pedestre num passeio
Uma cor no tabuleiro
Com mais um dedo do meio
Que eu pouso num cinzeiro
O barulho não é feio
Vibra pelo corpo inteiro
Multiplica-se mais alto
Nunca fala de dinheiro
Estou tão farto do que odeio
Por vezes eu anseio
Deixar a vida a meio
Meio vivo, meio cheio
Meio vivo, meia arte
A pensar que vivo aparte
Talvez viva um bocado
Talvez só viva errado