Para-dor
O trem das sete é sempre o mais cheio
Os casais cheios de planos
As crianças cheias de vida
As mochilas cheias
De coisas que só fazem peso
Enche meu pulmão mas desgasta os meus ossos
Existir é ir-se enchendo
Daquilo que tiver tendo
Difícil mesmo é esvaziar
Enche meu pulmão mas desgasta os meus ossos
Toda leveza tem um pouco de Cruz
Pesam as dúvidas do desconhecido
Transborda o caos da rotina
Livros nãos lidos não ensinam nada
Mesmo eu, cheia de idéias, de que sirvo sem o grito?
A vida está no ruído:
Mira
Faca
Coice
Choque
Ponte
Fim