O mundo ao Norte
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[Verso 1: Kayuá]
Alvo favorito dos enquadro, sem etnia maquiada
E eu sou preto, não sou pardo, 4P, punho cerrado
Pela gente da minha gente
Homem de farda dispara a esmo, mesmo que te enquadra fedendo a sangue de inocente
Mas tamo aí pra morrer, vivendo um dia por vez, com poucos planos pro futuro
E seu chegar ao 33 é lucro
Virando as páginas
Dando sorriso aonde já tirei lágrimas
Transformar centenas em milhares significa
Dinheiro não se gasta, se multiplica
E a soma dos complexos resulta no revoltado
Somos reflexos do meio em que fomos criados
Passam dias, quando acorda tarde
Nem me fale, passa a vida lutando pelo que nem sabe
Almejando xota molhada, fama, like
Morrendo, matando por Nike, invejando a vida do Eike
E as de treze, chapada em choppada
Dando chupada a troco de trocados por um status de nada
Mente Gandhi, né de grande valia por aqui
Contra o fluxo onde querem aparecer, quero sumir

[Refrão: Kayuá]
Lembrei dos tempos ruins sim, mas eu preferi esquecer
Tem coisas que não se explicam só quem vem da onde eu vim é que vai entender (2X)
E se não era pra eu tá aqui, ó quem brotou...
[Verso 2: Sant]
Rotula em vitimismo esses séculos de injuria, ok doutor
Somos peso na consciência ou sangue de buceta
Não preciso que pinte, eu sou teu boi da cara preta
Plau, plau, pente de cem na minha caneta não atura
Vim por fogo na viatura e fim
Zona Norte desconforto, onde o RAP real foi morto
E ressuscitou em meu flow Shaolin
Hip-Hop, não cairás jamais nesse disfarce, é o jogo
Saiba toda grana do caixa não ressarce a vida devidamente estabelecida por Deus
Mas se alguém vai ter que cair cuidado com as pernas dos seus

[Refrão: Kayuá]
Lembrei dos tempos ruins sim, mas eu preferi esquecer
Tem coisas que não se explicam só quem vem da onde eu vim é que vai entender (2X)