Zé Roberto
Vacilão
Aquilo que era mulher...
Pra não te acordar cedo, saia da cama na ponta do pé
Só te chamava tarde, sabia teu gosto, na bandeja café
Chocolate, biscoito, salada de fruta
Suco de mamão... no almoço era filé mignon
Com arroz à la grega, batata corada, um vinho do bom
No jantar era a mesma fartura do almoço, e ainda tinha opção
É, mas deu mole, ela dispensou você
Chegou em casa outra vez doidão
Brigou com a preta sem razão
Quis comer arroz-doce com quiabo
Botou sal na batida de limão
Deu lavagem ao macaco, banana pro porco, osso pro gato
Sardinha ao cachorro, cachaça pro pato
Entrou no chuveiro de terno e sapato, não queria papo
Foi lá pro porão, pegou tresoitão
Deu tiro na mão do próprio irmão... que quis te segurar
Eu consegui lhe desarmar...
Foi pra rua de novo, entrou no velório pulando a janela
Xingou o defunto, apagou a vela
Cantou a viúva, mulher de favela, deu um beijo nela
O bicho pegou, a polícia chegou... um coro levou, em cana entrou
E ela não te quer mais... bem feito