Costa Gold
Costa Gold, ‘300’ (Análise)
Costa Gold traz fórmula já conhecida, abrindo espaço para brilho das participações
Dois anos após o lançamento de .155 (2015), primeiro álbum após a saída de Adonai e responsável por cravar de uma vez por todas o nome do Costa Gold no jogo do rap nacional, 300, quinto disco do grupo paulista, é disponibilizado nas plataformas digitais.
Com todas as faixas produzidas por Pedro Lotto, bastante conhecido pelas parcerias com o Costa e um dos maiores beatmakers da nova geração, o álbum chega recheado de participações que ganharam destaque na cena durante 2016 e 2017, além de nomes já consagrados, com direito a interlúdios dos cariocas Black Alien e Marechal, dois dos maiores representantes da história do rap nacional, apoiando e fortalecendo o trabalho dos jovens membros do Damassaclan .
Após diversas polêmicas durante o ano, um cronograma repleto de lançamentos e a visibilidade cada vez mais difundida, o álbum surge carregado de uma promessa de inovação no rap nacional e evolução pessoal e profissional dos artistas.
Confira abaixo os comentários da equipe:Em um ano onde os álbuns conceituais roubam a cena do rap brasileiro, '300' faz jus ao minimalismo da capa e mostra-se tão vago quanto ela nesse quesito. Em um trabalho onde os membros prometem inovar, as vozes forçadas e o flow flipado continuam sendo a principal característica do grupo. É inegável a qualidade técnica dos MCs, fator determinante para o apogeu do grupo, mas esse estilo de rimar, que é a fórmula do sucesso, é também responsável pelo declínio da qualidade dos trabalhos, que parecem algemados numa gigante zona de conforto. Os feats são os pontos altos do álbum, apesar de tirarem boa parte do protagonismo. Um dos versos mais esperados para mim era o do Matuê, que correspondeu as expectativas, mostrando mais uma vez o domínio que o rapper da 30PRAUM tem quando o assunto é trap e melodia, justificando o porquê de ter sido convidado e mudando totalmente o clima da faixa, que tem um refrão grudento do Predella, que acredito que funciona bastante para o público alvo do grupo e para a proposta da faixa, mas que me incomodou bastante nas vezes que ouvi. Menestrel, Froid e Cynthia Luz também chegam muito bem e Lotto, sempre produzindo em alto nível e em sintonia com o grupo, me lembra bastante o Papatinho na Cone Crew, mantendo a consistência e salvando a maioria das faixas pelo instrumental.— Lucas WildembergCosta Gold cumpre o que promete. Somos introduzidos ao álbum com um áudio retirado de um documentário do criador do McDonalds, com uma fala sobre sucesso baseado em persistência:Nada no mundo pode superar a persistência
O talento não supera
Não há nada mais comum que talentosos fracassados
A genialidade não supera
Um gênio desconhecido é praticamente um clichê
Acho que isso sintetiza muito bem o álbum, o grupo conseguiu a ‘fórmula dos hits’ com os intrumentais do Lotto, os versos inflamados do Predella e o flow do Nog que mesmo saturado ainda encaixa bem em vários momentos do álbum.
Eles tem um público sedento por músicas novas e há 2 anos não lançavam álbum, '300' vem para vender, única e exclusivamente para isso, e, na minha opinião, vai vender muito.— ramoshenriqueEquipeNota Igor França4 Kleber Briz7 Lucas Wildemberg5 Pellizzle5 ProsDoc7 ramoshenrique6 Thiago Leve6