Emicida
No Beat do Aeme
[Verso 1: Emicida]
As únicas notas que eu tenho são musicais
Porém com elas é que eu me mantenho longe dos boçais
Leio jornais passados enquanto debruço na janela
E observo a poesia que reside na favela
Ela se banha em sangue igual batalha em Tokugawa
E eu trampo cada sonho como Akira Kurosawa
Boto a arruda de guiné na oreia e vou traçando os passo
Dentro dos compasso, eu deixo a pureza nas folha de almaço
Meus lamento é igual do Jacob do Bandolim
Passeio tranqüilo entre os clarinete e os violãozin
Brisa igual jamaicano abraçado com o bong
Atrás do mundo maravilhoso do Louis Armstrong
Toco a vida no lado bom onde o que rende é o inverso
Sentimento cai na folha e sem querer vira verso
Esterce a direção, sem contar os dia como Aquiles
Me esquivo de quem mata mais que o furacão Billy
Com mic na garagem Aeme faz beat de sandaia, bebo um Jandaia
Enquanto a luz do dia vara as samambaia
Solto uns bon fyah pra que a Babilônia caia
Junto ao clima tenso, mas que o jardim continue suspenso
Garoa na manhãs de quinta, atmosfera pro flow
Viaja pro campo de algodão com o canto do espírito
Sai bem na foto, Nike, Euro, garrafa, champagne
Ainda prefiro a verdade do "Vai com Deus" da minha mãe
Dos remelento sujo gritando nas rua de terra
Onde eu faço um corre no rápido pra virar uma merra
Sabota foi infelizmente, mas segue o compromisso
Enquanto o sol for de graça, dou minha vida por isso
Abraço a coroa no domingo com a sacola de fruta
Trás a paz pra que você nunca desista da luta
Não se sentir por baixo como corpo de límulo
Se valeu a pena ou não, cê só vai saber depois do túmulo
[Verso 2: Rashid]
Nas rua, as fé em banho-maria Luzinete me chama à porta
Grita pra economizar, se não os homi corta
Minha onda, quando o que realmente importa é a ronda
Que eu faço com a sonda mental pelos beat do 9th Wonder
Auto-psicografo os verso nas página em branco
Admirado com os salto do tiozinho do outro banco
Do buso, confuso, com semblante de sono
Pedindo a Deus pra não cair que nem as folha no outono
Não faço bico pras manhã chuvosa em pleno verão
Que isso, fi? Sorri e vou sondar meu colchão
Trago os alforge chei de esperança pra dar testemunho
A arte final é louca, pena que ela mata o rascunho
Bato o pé pros homi igual Lampião das terra rachada
Me apego as brisa, pra memética nem chega estrada
Os rato no porão emotivando as menina
Os zóio tremulo derrete quando a Nara desafina
Filhão, de dois canto da Norte aqui, família
É só cair pra garagem e deixar os bico fazer fila
Tranqüila como Inesita a vida que eu planejava
Mas os beat agitava quando Deus traçava
Essa bohemia quer que os livro veio desemcapado
Me faz feliz como a criança com o brinquedo ganhado
Junto aos vinil, o mofo me castiva ao passado
Vou ser nostálgico porque o futuro ainda é privado
Sarará crioulo, abana as mão e "Salve família"
O amor me prende a raiz e ainda me garante as pia
No swing do banquin quebrado é que eu me contento
Perfume da flor de lis é que me inspira o momento
Tempo corre, e eu vou correndo no sapatin
Rimar o que igual o Aeme faz escuta com a piba no radin
Brinda os tímpano, com a pá de pífano nos assobio
Chinelão no chão, a rua sempre foi nóiz memo, tio