[Verso 1]
Ouça o meu grito invadindo os teus ouvidos
Tomando a sua casa e tocando lá no seu radin'
Se o que eu digo lhe fizer algum sentido
É porque o sangue de Rainha Nzinga ainda corre em mim
Simples assim, os meios irão justificar os fins
E as bandas de minas
Que colam comigo, também tão afim
De ter sua voz ouvida e não mais oprimida
Equalizada por todos os cafundós e confins
Eu fui até o Pelourin' pra entender
O que já nasci sabendo, mas preciso comprovar pra crer
Que todo axé que faz minha pele tremer
A força que me fará transcender
Pra ascender uma fagulha ou um pavio
Que transforme em uma revolução, o lacre primaveril
É engraçado, mas não é brincadeira, viu?
Não toleramos mais o seu xiu
[Refrão]
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Vai presta atenção
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Vai presta atenção
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
[Verso 2]
Eu tentei falar baixinho, mas ninguém me ouviu
Eu tentei ir com carinho e o sistema me agrediu
Então eu grito, elevo o meu agudo ao infinito
Pra mim não tem dilema, se tá difícil eu explico
Não tem coragem de reconhecer o próprio erro
Não são capazes, pois querem sair dessa ileso
Eu sou a resposta e a pergunta do seu desespero
O que eles tem de idiotice, meu som tem de peso
Meu rap é crespo! Melanina nesse rolê
Meu rap é bom, eu que já não faço questão de ser
Eu vou ser ruim pra você perceber
Se não me dão valor, cês vão pagar muito caro pra ver
[Refrão]
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Vai presta atenção
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Vai presta atenção
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Vai presta atenção
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Vai presta atenção
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
Ouça-me, ouça-me, ouça-me
[Outro]
A revolução será crespa
E não na TV
A revolução será crespa
Doa a quem doer
A revolução será crespa
E você pode crer
Não pode conter, não pode conter
Quem vai pagar pra ver?
Não pode conter, não pode conter