O mar parece um pano
Faz ondas de todo tamanho
Tal qual o pano quando está secando
Seria preciso uma multidão para levar o mar pro varal
O barco passeia no mar
Agora a estampa está se mexendo
Nem tudo o que se mexe tem vida
É como o barco
É engraçado
Tem pano que só aparece no fim de semana
O mar não liga pra moda
Tem pano que tem flores por fora
O mar sempre guarda um jardim dentro do bolso
O mar rumina a terra o tempo todo
Tem muita espuma no mar porque ele está tomando banho
O pano já banhou
A chuva molha o mar e o pano
O pano fica mais pesado
O mar recebe o emprestado
Às vezes, o sol vem junto e surge um arco-íris
A gente corre pro pano e se cobre com o mar
(Desinteressado de dinheiro, de glória e posição, vivendo numa reserva de sonho, adquirira a candura e a pureza d’alma que vão habitar esses homens de uma ideia fixa, os grandes estudiosos, os sábios, e os inventores, gente que fica mais terna, mais ingênua, mais inocente que as donzelas das poesias de outras épocas
É raro encontrar homens assim, mas os há e, quando se os encontra, mesmo tocados de um grão de loucura, a gente sente mais simpatia pela nossa espécie, mais orgulho de ser homem e mais esperança na felicidade da raça.)