Axel Kala
Maldita Ressaca
Toca o telefone, latem os cachorros, choram as crianças
E eu não consigo dormir
Será que não percebem, voltei da bebedeira, minha cabeça dói
Acho que vai explodir
Eu bebi tudo aquilo que encontrei
Não bebi mais porque não achei
Até há pouco tava tudo bem
Agora me sinto debaixo de um trem
Toca a campanhina, gritam os vizinhos, não sei o que faço
Sei que de hoje não passo
Não vou pro trabalho, não vou pra escola, dê-me uma esmola
Me deixe dormir em paz
Eu bebi tudo aquilo que encontrei
Não bebi mais porque não achei
Até há pouco tava tudo bem
Agora me sinto debaixo de um trem
Maldita ressaca
Dedo na garganta
Sou trapo humano
Jogado no chão de um banheiro
Passarinhos cantam
Por quem os sinos dobram
Garanto que não por mim
Eu nunca mais vou levantar
Eu nunca mais quero trabalhar
Prometo até que não bebo nunca mais
Mas nunca é sempre tempo demais
Maldita ressaca
Tambores da África
Na minha cabeça
Bateria da Mocidade
Na minha cabeça
Motores dos carros, bombeiros, cidade
Morteiros, puteiros, boates...
Maldita ressaca