Morre, morre, morre velho homem, velho, morre!
Morre, morre, morre velho homem, velho, morre!
[Scratch]
Este país, este país não é para pobres
Este país, este país não é para velhos
[Verso 1 - Raporter]
Olha o país triste que está por um triz
Rosto enrugado que vive a fingir ser feliz
Só num canto, aconchegado pelo mar
Assiste à queda, incrédulo, até lhe custa a acreditar
Mentes manipuladas dormem no jardim
E a caixa mágica é o pêndulo nesta hipnose sem fim
Vê a geração à rasca por não ter pasta
Mas são poucos os que dizem basta desta farsa
Menos cultural valoriza-se o banal
E a rede social é a fuga da vida real
É tudo igual desde o visual ao ideal
O puto quer ter igual e pede ao papá o capital
Domingo é santo mas só dentro da igreja
Pé fora da porta e volta a cusquice e a inveja
Flashs vão tapando os olhos de quem já por si é cego
E cada onda mais se afunda no incerto
[Refrão - Ferna]
Nunca virá o amanhã prometido
(Morre, morre, morre Portugal velho, morre)
Podes ficar nublado num precipício
(Morre, morre, morre Portugal velho, morre)
[Scratch]
Este país, este país não é para novos
Olha o país, olha o país triste que está por um triz
Este país, este país não é para velhos
Rosto enrugado que vive a fingir ser feliz
[Verso 2 - Mc Zero]
Blocos de notas do bolso poluem o rio da vida
Receita da tradição altera a posologia
Os putos não são pardais estão cada vez mais bizarros
Calçada é referência de más ações e pecados
Queriam ajuda de Cristo na cruz de madeira pregado
Agora a cruz é carregada de ouro bem trabalhado
Um funeral rouba um lugar a um batizado – ha!
O bolso roto esganado aumenta a feira de usados (aumenta)
E a Dona Branca continua a envenenar a maçã
Pozinhos mágicos lançados do pequeno ecrã
Analfabetos sem culpa, na mão de um filho da puta
Com duas palas batem palmas em galas de gente inculta
E a sala de aulas sem princípios morais
Ética é frase feita que passa nas sociais
O som de baladas repetidas tornam os ouvidos cegos
Isto é recreio nacional, pessoas ficam bonecos
[Refrão - Ferna]
Nunca virá o amanhã o prometido
(Morre, morre, morre Portugal velho morre)
Podes ficar nublado num precipício
(Morre, morre, morre Portugal velho morre)
Vôo nas asas de outro
O sonho louco respício
(Morre, morre, morre Portugal velho morre)
Não irei viver num pesadelo esquecido
(Morre, morre, morre Portugal velho morre)
[Scratch]
Este país, este país não é para novos
Olha o país, olha o país triste que está por um triz
Este país, este país não é para velhos
Rosto enrugado que vive a fingir ser feliz
Morre!