Marcão Baixada
Bonde do Trem
[Verso 1: Marcão Baixada]
Dentro do trem, observo várias vidas
Sofridas, cansadas, guerreiras, porém esquecidas
No empurra-empurra, pra entrar no vagão
Que vai ficando mais cheio a cada estação
A disputa é constante pra se ter um espaço
Quem senta, acaba dormindo, vencido pelo cansaço
Pessoas entram e saem a todo instante
Estudante, trabalhador, vendedor ambulante
Skol latão, água mineral e bala Halls
Jornal Expresso, pra ficar por dentro do caos
O vagão tá lotado, e o presídio tambem
Mas tem que caber todo mundo dentro desse trem
Quem vem, quem vai, quem entra, quem fica, quem sai
Esse é o bonde do trem, que balança, mas não cai
Da estação Mesquita, Marcão MC
Direto do Dom Pedro II, vulgo Central-Japeri
De vários bairros, de várias cidades, de vários lugares
Partindo rumo ao Centro, ou pra Comendador Soares
Na hora da partida é aquela euforia
Geral exausto voltando pra periferia
Já faz parte do cotidiano
Bonde do trem, espírito suburbano
Daqui de dentro a poesia ganha forma
Observe atentamente o espaço entre o trem e a plataforma