Black Alien
Carta pra Amy
[Verso 1]
Lá vai o maltrapilho bem vestido, mulambo perfumado
Faz mais um furo no cinto, faz mais sentido
Fluindo no instinto, magro e drogado
Listen to the lesson: lição sem vinho tinto, mil grau
Sessenta e blau o grau alcoólico do absinto
Cheiro de flor boa no recinto e tal
Também tem cheiro de inveja
Boiando no assunto que nem vitória-régia
E o que rege-a, planejo
Deus ri, mas admira a minha estratégia
Até que o significado da palavra se dilui
Ainda sou o Gustavo, filho de dona Gizelda e seu Rui
Boa ideia pra deleite da plateia
Vai que vai, eu fui que fui
Pego as nuvens nas mãos e torço a chuva delas
Segura de baixo, meu bem, é o esculacho
Preparem suas umbrellas
Vencer a mim mesmo é a questão, questão que não me vence
Minha cabeça falante fala pra caralho
E, aí, my talking head stop making sense
Eu vim de onde tudo é imediato, tô descalço e no sapato
Quando legalizarem a planta
Qual vai ser o seu assunto? Cara chato!
Habito as fronteiras da travessia do espelho
Point of no return
No confinamento, as paredes são minhas páginas de cimento
Babylon burn
Jurei por Deus que ia acertar as contas
E aí lembrei que é Deus quem acerta as contas
Ele acerta no início, no meio e no fim das contas
Quem somos nós nesse mundo complicado?
Danger zone, sou só mais um
Sente o som e o peso da pata do pirata sem garrafa de rum
[Refrão]
Mostre-me um homem são e eu o curarei
You're running and you're running and you're running away
Não posso correr de mim mesmo, eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei
Em febre constante e o dom da cura
Nem mais um instante sem o som e a fúria
Não posso correr de mim mesmo, eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei

[Verso 2]
Se um dia a coragem foi líquida, agora ela é sólida, irmão
Tenho não só que lidar com a vida
Lido com ela sem pó e sem dó, então
Sozinho, eu tô em má companhia, tá ligado?
Nem durmo mais tanto
Linha por linha, de café e aguinha
Sempre hidratado pro próximo pranto
O sol nasce e eu trabalho, eu trabalho e o sol se põe
Vagabundo acha que é fácil, não trabalha e só supõe
Que se eu não mudar, nada muda
Vários furos de brasa na bermuda, insone
O ano voa, cochilo em maio
Sonho com o ensaio, e já tem panetone
Juventude sônica
Um por cento de chance, noventa e nove de fé
Minha trajetória é orgânica que nem o meu café
Às cinco em ponto encontro vocês
Tenho um aneurisma marcado pras seis, pontual
Viciado em caos, amanhã tudo outra vez: ritual de lo habitual
E o que eu quero e o que eu preciso
Nem se reconhecem quando se encontram na rua
Faço o que é preciso, você me conhece
Meu canto te encontra na rua
Lá onde Kurt é rei, Rakim é deus, Nina Simone manda
Extrapunk é lei, então toca o play do Black Flag na varanda
[Refrão]
Mostre-me um homem são e eu o curarei
You're running and you're running and you're running away
Não posso correr de mim mesmo, eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei
Em febre constante e o dom da cura
Nem mais um instante sem o som e a fúria
Não posso correr de mim mesmo, eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei
Mostre-me um homem são e eu o curarei
You're running and you're running and you're running away
Não posso correr de mim mesmo, eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei
Em febre constante e o dom da cura
Nem mais um instante sem o som e a fúria
Não posso correr de mim mesmo, eu sei
Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei