[Verso]
Sou da terra de ninguém
Onde quem tem manda em quem não tem
Meu país é rico, só divide mal sua riqueza
Muitos com pouco, poucos com muito
E tratam com frieza quem é de origem favelada
Vida abalada, dura caminhada
Nosso país com dimensões continentais
Quem não tem quer ter, quem tem, quer ter mais
Deixa tudo desigual
Gente analfabeta no cenário atual
Não pode ser normal ver
Muita adolescente sendo mãe fora de hora
Marca sua vida com o pai que vai embora
É comum do lado de cá a escola abandonada
Por quem tem que trabalhar
Desiguala, a minoria rica não se abala
Vive trancada, escondida num condomínio
Assistindo da aérea VIP um extermínio
De um povo que luta sem as armas adequadas
Várias vidas foram dizimadas, histórias apagadas
Relações de conflitos foram geradas
Quem é preto como eu
Fica indignado quando vê o boy
Tomando o espaço que é seu
Quem não se indigna
Não vai fugir da cerca
E vai seguir permitindo
A mão que assassina
[Refrão]
Transformação quando visto meu manto
Hora do combate
Então enxugue o seu pranto
Vivo o que canto
Meu orgulho talvez cause espanto
Balanço e levanto
Por isso eu to de pé
Reto e direto pra quebrar o encanto
Em cada canto
Depende da sua fé
É nós que ta, pra mudar por enquanto
Só no adianto
(Rock on my brother!)
[Verso 2]
O tempo não para
Tem gente que apanha e não toma vergonha na cara
Ficaram parados no tempo
Envaidecidos dividiram o movimento
Veja só o rap virou o partido da cara feia
Tão mais preocupados em cuidar da vida alheia
Com grandes bonés, pequenas idéias
Falso reinado, coroa de rei, castelo de areia
O discurso envelheceu
Até a favela no meio da miséria cresceu
Tem vídeo game de última geração
Tênis bom, na velocidade que ta no momento
Não da pra manipular com esse tipo de pensamento
Que vem de dentro da favela ao centro
Existe um lamento embutido no sentimento
Que não deixa calar a Voz que ta no ar
A chama combativa não pode se apagar
Há muita coisa a ser mudada
Não quero fazer parte do bonde
Dos que só falam e não fazem nada
Sem se mover, cada um no seu lugar
Perderam a capacidade de se indignar
Só tem força quando é nós contra nós
Na frente do opressor baixa cabeça e perde a voz
O mesmo opressor é aquele que faz as leis
Desfavorece nós pra não chegar a nossa vez
Sem timidez, não me canso
Enquanto não tiver avanço
Com poucos aliados, pois nosso povo é manso
Só vira bicho quando o assunto é futebol
N***z no carnaval, latinha de Skol
É tipo cirurgia sem anestesia
Bebendo do veneno entorpecente todo dia
Seguindo a cartilha que aprisiona a mente
Parece que essa gente está doente
[Refrão]
[Verso 3: Chuck D]
Middle passage mixes with the massive
I write the wrong in the right, I never passive
I'm strong through my people in the black diaspora
Disrespect still we going after
So I be like Zumbi
We tryin' to leave with all the people, yes
And be positive, connecting all this rack
Giving hope within the wreckage
Get the land back, people back
Most of all the money back
Chuck D and MV Bill
Hollering to people in the city of God by here in Brazil
Fight the power, be the power
Power to the people, yes!
And real hip-hop
[Refrão]
[Outro: Chuck D]
MV Bill, Chuck D, Public Enemy
For my man, my brother
For my brothers and sisters in Brazil
Bahia, Rio, São Paulo, all the area of Brazil
We with you, you are 85 million strong
Don't you ever forget
We are with you , we are your brothers and sisters
C'mon rock the house...