Parteum
01.01.16
I

Isso não é rap de karaokê, chegado, eu quebro as linhas feito as promessas que fizeram quando o sol apareceu
Eu me defino sem me definhar na base que criei tomando chá gelado
Procuram mil culpados, mas ninguém olha no espelho como MJJ em 88
Era Janeiro, eu tinha 13 e era um pouco mais feliz do que o presente
Presente!
A mente abre gavetas, não as fecho pra lembrar de quem eu sou
Irmão, o mundo sempre grita
A poesia habita no que faço
Se a sala inteira diz que é realeza, eu pinto quadros com a beleza que o papel tão bem traduz quando eu repito o que escrevi em frente ao mic
Tinta seca faz chuva, rima fresca como a luva do romance de Machado
Conheço Guiomar, Jorge e Estevão, mas eu sou Luiz com Z Filho do meio igual a Letterman e Gates
Quem andou pro lado errado: Kylo Ren, Ben Solo
A Força é magnífica, depende só do lado que o sujeito fica
Eu não ando de preto se a ideia é liberar e captar energia – em dia com as obrigações da casa, eu ando leve e tranquilo
Ouço gente dizendo que o que faço não tem mais valor
Então, se eu faço por amor e dá dinheiro, quem é burro?
Mais forte é o sorriso frente ao murro, se o plano é me levantar de novo
De novo, ilumino gente tosca no caminho, quebrando o raciocínio

II

Se em frente ao microfone todo mundo for ladrão ou milionário, não preciso estar aqui – mais
Eu voo pela terra feito aviões de guerra, mas só dropo mantimentos pra sua mente
Fujo do vilarejo com ervas medicinais
Pediram mil sinais, que tal juízo sem o pre-
Fixo o que penso em manifestos digitais de ouvir na esteira
Pode fazer besteira com a cultura, não me chame pra limpar – mais
O verso é pareado, mas é ímpar. Cheguei com vinte amigos, só sobraram 6 (x4)
Na festa sem dinheiro, agora eu tenho algum
Me chamam de Parteum porque importa
Ajudo quem escorregou na porta
Que tal jogar o jogo de pijama?