[Verse 1: Zorak]
Tentei fazer com que minha mente
Ficasse vazia
Absorver novas ideias no ano que se inicia
Falar coisa sem sentido, algo além do absurdo
Mas tudo que eu falo é diferente, mas tem conteúdo
Só não desperta quem é, ou às vezes se faz de surdo
E se diz estar cansado sem ter dado o primeiro passo
AM, Rua de Baixo, é o nó que faz o laço
Arregaço seu cabaço e te boto um nariz de palhaço, traço
E devolvo ao mercado o talento escasso
O tempero tem na base malagueta e pimenta do reino
Acerto o alvo, não por sorte, e sim excesso de treino
Ciente de que a história não está completa
Pra cima aponta a seta e é essa a minha meta
Pois quem anda olhando para trás, tropeça ali na frente
Não tem como saber o que acontece de repente
Eu represento a Rhima Rhara e meus irmãos do Elo da Corrente
Sem esquecer da lealdade e atitude
Da junção do Consequência, Mzuri e Afrohood
[Verso 2: Parteum]
Eu penso fora da base e dentro do compasso
Em cada rima que faço
MCs de todo canto analisam o efeito laço
Planos que traço
Carregam o hip hop pra uma nova eternidade
Além da guerra, do dinheiro, do ego, do prego
Simples, na construção, Parteum, elevação
Rhima Rhara reestrutura a ação
Monstro do lago, microfone na mão
Fiz no porão da casa do Espião
O que eu escrevo é tipo um livro de luz, de forma exata
O estigma que marca, mas nunca mata
Cena Mzuri e sua escolha mais sensata
Da Praça do Cavalo onde é mista
A ascendência de roots
Afro sanos na corrente do elo
R-D-B, R-A-P que se renova todo dia do mês
É tipo um jogo de xadrez
E quando um maluco move uma peça, o outro espera a vez
[Coro]
(De alunos reprovados)
A recuperação foi alcançada
(De quadros deteriorados)
A restauração bem acabada
(De presos condenados)
A reabilitação desejada
(De membros fraturados)
A calcificação que não separa
[Verso 3: Munhoz]
Pronto para o revide a tudo que me agride
E como, tudo que acredito
Com projeto de passagem anual
A Rhima é Rhara no tempo integral
Transmitindo conhecimento desde Luther
Trezentos e sessenta graus de plenitude
Andando por São Paulo próximo ao fim
Do doze calibre (Tim, tim)
Balas de esperança
Põe na balança, vai nesses conceitos e valores
Me desfaço do que não faz mais sentido
Velho só nos penhores
Enquanto o tempo passa, escorre
Um monte de dentro dos meus dedos
Deixo de lado meus medos, a indiferença morre
Perdido no meio do deserto de ilusão
Do mundo dos famosos do hip hop
Mente aquele que diz não querer ser ouvido
Hip hop é música e poesia
Então deixe de lado a hipocrisia e faça sua trilha
Tente ser precavido o suficiente
Para não ficar preso nas poderosas teias do sistema
Munhoz, rimas e [?], mostrando os meus preceitos
Carregando o microfone como um emblema
[Verso 4: Espião]
Dois
Dois zero e outro dois depois
Bring the noise
O ano é só um número
Passo o pano úmido
Limpo a área
A rima é necessária
Altamente dependente sem causar incômodo
Nem dependo mais do tempo do metrônomo
Espião, rimador autônomo
Também dou uma de astrônomo
Observando estrelas cadentes
Artistas que sobem rápido e caem de repente
Sou diferente
Dessa lei da gravidade sou infrator reincidente
Sempre em frente
Devagar e insistente
O Drácula sem dente
Sem título de conde
Mais underground que o metrô de Londres
Longevidade é a chave
Posteridade, a fechadura
Prioridade de maestro
Fazer valer a partitura
[Coro]
(De alunos reprovados)
A recuperação foi alcançada
(De quadros deteriorados)
A restauração bem acabada
(De presos condenados)
A reabilitação desejada
(De membros fraturados)
A calcificação que não separa
Banca Rhima Rhara