Parteum
Raciocínio Quebrado
[Verso 1]
Muitos hermanos de mi raça têm a autoestima baixa
Mas a minha nunca abaixa
Eu não me encaixo no perfil que a TV vende no horário nobre
É quando a audiência sobe os bonecos se mexem e o nível desce
Pra dizer que de algum modo ainda somos colônia
Meu verso é como amônia, neutraliza tudo e todos
Pesquisando cada estrela que brilha da sua vila pra minha
Reta como a linha que nos liga até a próxima estação
É a conversa que inicia nossa evolução
A mão tão suja como o chão, a mente limpa
No que vão visitar templos em silêncio
Dou a terra o que é dela e nela fico até que o tempo acabe
Nunca como Hammurabi troco olhos por dentes
Mundo decadente que não anda pra lugar nenhum
Trago o poder de Zumbi, pra te salvar da alienação
Auto-explanação quebrada e livre como a Cuba no seu copo
Guardo dinheiro pra ganhar na loto, nunca se sabe
Disse Nas em nove quatro
Mas em zero quatro dizem que nada mais faz sentido
Livros que tenho lido trazem luz
Então eu espalho cada frase que o sol me traduz
Antiga como a festa do Carmo
É a maneira reacionária que tolos usam pra promover discórdia
No largo da Concórdia até Jaboatão Dos Guararapes
Uso caneta e aponto rimas como lápis
Não é preciso ataque subliminar pesado igual correntes
Que prendem escravos
Fadhila Zapunda Ni Mateke, me maltratam
Pra que eu mostre meu poder bisneto da diáspora
A rima é áspera, função pragmática
Diversos na língua do colonizador
[Sampler]
Raciocínio quebrado
[Verso 2]
Mais uma mutação genética no gênero de musica que faço
Aconteço como chuvas de verão
Então não mude de estação, enquanto exerço esse poder
De lhe dizer por linhas tortas como abrir portas
Pra que a mente seja livre como o corpo quer ser
Para que a vida seja mais que pesar e sofrer, não tente me vencer
Consiga mais alcance, mais domínio antecipado
Pra ser rei do que produzo
Incrível como abuso dessa coletiva solidão humana
M. Sana agrupamento, lotes de talento em doses terapêuticas
Muitos me dizem: "Fábio, não precisa complicar"
Isso funcional cilada, quebro o raciocínio, leve o meu fascínio
Pelos beats pra planetas em outros sistemas
Eu não preciso de problemas que não sejam meus
Complicado como o Deus que a TV vende
Ao meu andar por essa terra
Domina o som de violinos no meio da guerra, causa e espera
A mente só relaxa e fica lenta quando troco fluídos
Libero dos sentidos pras revelações do texto