Rincon Sapiência
Cidade Feyah
[Verso 1]
Fé em santo eu não tenho, mas São Paulo é meu guia
Meu rolê, minha noite, minha monotonia
Meu rolê pelo dia, meu estado frenético
E o lugar que aguça meu instinto poético
Sou de SAMPA! Me sinto em casa aqui
Bem recebido nem sempre sou, não vou me iludir
Maloca espanta quando nóiz sai da peri
Pronto pra se defender, vários pronto pra feri
Selva de pedra, em toda selva leão é rei
Mas o perigo é os tucanos no governo das lei
Capital do trabalho do controle remoto
Do mundo virtual, dos vacilo do voto
Um pedaço da Itália bem ali no Bexiga
Na favela a batalha, o vazio na barriga
Um pedaço da África, da escravidão
Veja só, e a Liberdade é o lugar do Japão
[Refrão]
O bicho pega, cidade feyah
O corre mesmo é na bola de meia
Onde a polícia pega quem tá de boa
Vários vilão na fuga, as nave voa
Cidade feyah, mas eu te amo
As suas curvas atraem, me chamou
A rua cinza dá o clima de mau humor
A minha vida foi ela que formou
(Ei São Paulo, terra de arranha céu)
[Verso 2]
Não é Bahia, mas tem todos os santos
São Matheus, São Luís, são vários cantos
Vejo rostos molhados, são vários os prantos
O cinza dá o tom dos várias encantos
Em baixo do concreto tem a sua raiz
A cidade é grande, dimensão de um país
É Turquia, China, é Bolívia, é Nigéria
A riqueza fascina, mas também a miséria
Tem várias igreja pros homi que peca
Tem homens orando em direção a Meca
Tem axé, candomblé, tem vários terreiro
Tem quem usa da fé pra fazer mais dinheiro
Tem trevas e brilhos, asfaltos e trilhos
Tem polícia na rua, eles chama de auxílio
Abuso de autoridade, mães perdem os filhos
Na fome por justiça não pode dar milho
[Refrão]
O bicho pega, cidade feyah
O corre mesmo é na bola de meia
Onde a polícia pega quem tá de boa
Vários vilão na fuga, as nave voa
Cidade feyah, mas eu te amo
As suas curvas atraem, me chamou
A rua cinza dá o clima de mau humor
A minha vida foi ela que formou
(Ei São Paulo, terra de arranha céu)