[Verso 1]
Ei loco, ei, bem vindo a periferia, lugares longe do centro
Vejo as minas no orelhão falando caras que tão lá dentro
Na função é vários moleque, bolando bomba de beque
A procura de uma luz que não seja a do giroflex
Os cachimbos e as jontex, eu vi no chão da viela
O sexo é vida e a pedra acaba com ela
Os vigia tão na janela, é o típico zé povinho
Cuidado que a denúncia pode vir do próprio vizinho
E se a dama curte um bom vinho se torna inevitável
Na praça não rola taça, o copo é descartável
Nas ruas um formigueiro, o clima é formidável
As ruas rola o pecado, mas meus panos tão impecável
Ó, mundão é uma vitrine, povão não subestime
Trampando nóiz pega firme, vai além do que o jornal imprime
Na quebrada nóiz é mutante, sentinelas elimine
Zóio vermelho que nem Cyclop, cheio de garra tipo Wolverine
Ei!
[Refrão]
Onde as crise financeira sempre ataca
Quem no crime faz carreira já se destaca
Clima ferve mesmo quando faz a friaca
As moto sem placa, é real
[Ponte]
(Onde a rua, miragem
Tudo que acontece nela, pode pá, não é miragem
Vai e vem, malandragem
Essas ruas são espelhos que refletem a nossa imagem)
[Verso 2]
É real, não é ilusão não tem haver com as coisa que colo
As meninas, tipo criança tão com uma criança no colo
As novinhas são mães e os pais são cães
Toneladas do Paraguai e os pastores são alemães
Divisão, elite quebrada, as linhas são inimigas
Falo do crack, é real, não da matéria que vi na liga
Dois tragos, já era, o vício logo te vence
Perde peso e vai engordar nas coisas que já não te pertence
Desleal, desleal, quebraram nosso castelo
Botaram o crack no gueto, enfraqueceram o nosso elo
Surreal, surreal, os moleques sem chinelo
Vejo tijolo vermelho e também Camaro amarelo
Ó, consumo é coisa séria, meu bairro na televisão
Vejo as imagens aérea, ao vivo na transmissão
Os moleque tão na missão, não tem dublê na vida real
Tensão, perseguição, cena de fuga no matagal
Uau!
[Refrão]
[Ponte]