[Intro]
Tudo bom? Na paz, voltei
Nem vem com perreco
Quem treme, nada além
[Verso 1]
As ruas, pra responsa, quem quer, alcança
É, tem que lutar, vamos lá
Essa eu vou ver
Envolve logo o meu nome
Sou zona sul, sou programado pra morrer
Sei que é comum levar alguns tombos, vamos
Nada como um bom rap no morro, que louco
Não vou deixar a tristeza subir pra cabeça
Tô nessas, vou comandando o som
Por onde eu passo, enfim, já sofri, não desisti
Na fé de Deus, eu vou seguindo forte
Quem me conhece bem, sabe: só falo o que sei
Naquelas de quem sempre age (não é viagem)
Cultura cresce, assim
O compromisso diz: o rap fará mais requinte
Pedindo paz do pai pro povo
Não quero ver de novo
Famílias rivais, armas de fogo
Maloca é favela, muitos querem ser dono dela
Ambos, juntos, a desprezam
Ter um bom lar é mosca branca
Se marcar, vão dizer que você só sabe reclamar
Nada mudou, por aqui
Ganso ouvinte, Zé Povinho, salve-se
Um passo em falso é o fim
Ninguém resolve teu problema
É óbvio que o sistema é cruel
(Tem gosto de fel)
[Refrão x2: Helião, Sandrão, Sabotage]
Mas é a zica, então
Só pra valorizar nossa cultura, ladrão
Segura, irmão, é a pura visão
Um, dois, três, quatro
Chega como eu fiz e seja respeitado
[Verso 2]
(Mas é a zica)
É por aí, bem assim, um time, zona sul
Rap cresce, faz parte do time
Aqui no Brooklin, sigo e sou
E vou seguir feliz, me acostumei
Só vou dormir depois de um do verdinho
Vai vendo, o vizinho, Zé Povinho, improvisando
Pra quê? Recebe, sei que não dorme
Reage, não se esconde
Está presente, livre pra seguir
Resistente, liso e sempre
Seja sempre humilde
Devemos ser assim
A esquina é delirante
Eu vi o homem que não dorme
Um cara que atira e some
Vê lobisomem, destrói até o fim
Vacilou, ou! Cantou pra subir
É o mundo cão, só decepção, esta vida
Favela, nossa opção
É só se ter malícia
Talvez, um desastre, o peso da maldade
Não posso viajar, nem me esquecer da realidade
Na calma, ligue o rádio
De casa ou, então, do carro
Em questão de tempo, o rap irá te envolver
Terá a atitude capaz de entender
Mais vale aquele homem que honra sua virtude
Senhor, tô sempre vivo
No sapatinho, vou longe
Não preciso de capataz, dou meu sangue
Minha mãe se foi, meus filhos vêm
Cresceram no veneno
No Morro do Piolho
Adeus, Xambau, Moreno
Não novo, minhas coisas
Se tumultua
Você me fez lembrar:
Não posso marcar touca
Só vou pro arrebento se for mesmo fita boa
Nossa, em cana ainda vai, mas jaz, é roça
Pela central de Santo Amaro, Brooklin-Sul
Crianças pedem pelos bairros, de um por um
E nunca esquece, quando se cresce
Tipo o que o Bang me dizia
Ardente é de repente, é envolvente o clima
O rap no local, é caos, é normal
Quem paga um pau, quem tumultua geral
O magistral firmou no rap
Meus pivetes se divertem
Reparo o jeito deles quando ouço um som do Rex
Esquece, é bom, tipo no Canão
Rap é o som, é, jão
Domina as festas, treme o chão
Diverte e dá dinheiro
Fazendo só cultura, semeando o som das ruas
Pode crer, é nóis na ativa e continua
(Continua, continua, continua)
[Refrão: Helião, Sandrão, Sabotage]
Ah, mas é a zica, então
Só pra valorizar nossa cultura, ladrão
Segura, irmão, é a pura visão
Um, dois, três, quatro
Chega como eu fiz e seja respeitado
Mas é a zica, então
Só pra valorizar nossa cultura, ladrão
Segura, irmão, é a pura visão
Um, dois, três, quatro