Claudio Botelho
Prólogo, O Encantamento
[NARRADOR, falando]
Era uma vez, em um país distante,
Um jovem príncipe que vivia em um reluzente castelo.
Embora tivesse tudo o que quisesse,
O Príncipe era mimado, egoísta e insensível.

Em uma noite de inverno,
Uma velha mendiga veio ao castelo
E ofereceu a ele uma simples rosa
Em troca de abrigo para o frio.
Repugnado pela feiura dela,
O Príncipe zombou da oferta
E mandou a vеlhinha embora.

Porém, ela o aconselhou a não sе deixar enganar pelas aparências,
Pois a beleza está no interior das pessoas.

Quando ele voltou a expulsá-la,
A feiúra da anciã desapareceu,
E surgiu uma bela Feiticeira.

O Príncipe tentou se desculpar, mas era tarde demais,
Pois ela percebeu que não havia amor no coração dele.
E como castigo, o transformou numa fera horrenda.
E rogou uma praga no castelo
E em todos os que lá viviam.
Envergonhado de sua monstruosa aparência,
A Fera se escondeu no castelo,
Com um espelho mágico que era sua única janela para o mundo Exterior.

A rosa que ela lhe ofereceu,
Era encantada,
E iria florescer durante muitos anos.
Se ele aprendesse a amar alguém,
E fosse retribuído antes que a última pétala caisse,
Então, o feitiço estaria desfeito.
Se não, ele estaria condenado a permanecer fera para sempre.

Com o passar dos anos,
Ele ficou desiludido e perdeu toda a esperança,
Pois quem seria capaz de amar...a Fera?