Ricardo Ribeiro
No mar das tuas pernas
No mar das tuas pernas
É que mora a saudade
E as horas são eternas
Quando tenho vontade
De me ir afogar
Naquela onda
Que o céu quer ocultar

Na sombra dos teus seios
É que eu vou descobrindo
Que o mal dos meus anseios
É que ao ver-te vou indo
Sem me recordar
De tudo aquilo
Que nunca vou deixar

Bocas, beijos e ais
A dor que traduzi
Os gestos imortais
Que eu compreendi
Ao estar dentro de ti

O teu suor passeia
Sobre o meu peito liso
Pressinto a maré cheia
Que chega sem aviso
Para inundar
A tua alma
Que é feita só de mar

Bocas, beijos e ais
A dor que traduzi
Os gestos imortais
Que eu compreendi
Ao estar dentro de ti

O corpo está cansado
Um barco chega ao cais
Mas vendo o teu bailado
Digo que quero mais
Vem-te afogar no mar da minha solidão