Zarco (PRT)
Devagar, de Mansinho
Estou sempre à espera
Que alguém me venha dizer
Como vem

Enquanto espero
Ele espera também, devagar

Mas ele é um bicho mesquinho
Se esconde à espreita em qualquer esquina
Devagar vem de mansinho
E traz a morte num estandarte

E a gente tem de cantar
Ó pá!
É a cantar que se entende
Que há vida p'rá´lém do mar
Pois há coisas pеlas quais
Há que lutar…

Estou sempre à еspera refém
Por não querer acreditar
E nesta espera alguém
Já me disse para não esperar

Alguém já velho pela vida
Avisou para que não se repita
O mal feito lá atrás
E a gente tem de cantar
Ó pá!
É a cantar que se entende
Que há vida p'rá´lém do mar

Pois abre o olho
E procura em toda a parte
Quem traz a morte
Nesse porta-estandarte
Quem logo diz-contradiz
Em disfarce
É estar atento
E fazer com que não passe

Mas ele é um bicho mesquinho
Se esconde à espreita em qualquer esquina
Devagar vem de mansinho
E traz a morte num estandarte

E a gente tem de cantar
Ó pá!
É a cantar que se entende
Que há vida p'rá´lém do mar