zé menos
A queda, exposição
[Intro]
Quantas folhas morrem hoje
Quantas folhas é que morrem hoje?
Quantas folhas morrem hoje
Quantas folhas é que morrem hoje?
[Verso 1]
Se não sabes a resposta eu trago
E se não há uma resposta eu faço
Que eu tenho visto como caem e se largam
Dos que as sempre as suportou e lhes deu a cor
Procuram aterrar em terra e largar sementes
À espera que o solo se torne multiplicador
Sonharam em também ter troncos e raízes, fortes e feliz
Para serem a casa de bichos
Elas não sabem é que o chão não as quer
E que o sonho delas só será um sonho nem que sejam livres
[Refrão]
Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore?
Quem vai dizer às folhas que elas nunca serão árvores?
Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore?
[Verso 2]
E as que não tentam é que são persistentes
A dependência de existir diz “não tentes”
Fica agarrado a quem te cria, quem te guia
E nunca vais ter o sabor de arrependimento
Nunca vais saber que a dor é p'ra quem respira
E que cair é voar para quem não tem medo
Cair também é voar para quem não tem medo
Também é voar para quem não tem medo
Cair é voar para quem não tem medo
Se não sabes o caminho eu digo e se não há um caminho eu crio
Por estar atento ao que as árvores nos dão
O desapego é a raíz de todo o altruísmo
Quem anda a roubar as folhas do chão
E porque escondem que falhar é estar vivo?
Porque escondem que ignorar é um pacto sem se falar do facto
Que o sacrifício do mato está no nosso casaco
E que elas caem para não termos frio
E que elas caem para não termos frio
E que elas caem para não termos frio
E que elas caem para não termos frio
Frio frio frio frio
E que elas caem para não termos frio
E que elas caem para não termos frio
E que elas caem para não termos frio
E que elas caem para não termos frio
[Refrão]
Quantas folhas morrem hoje
Quantas folhas é que morrem hoje?
[Verso 3]
Quantas folhas tem o teu casaco?
Quanto daquilo com que tu te agasalhas foi roubado
Ou largado, e eu não vejo a repor aquilo que o outro deu
É que hoje em dia não se arrisca nem ideias
E o que a vista diz são meias verdades
Quem não se dá arrisca-se a nunca ter nada seu
E é que eu não tenho nada teu
Mas vejo onde é que guardas o saque
Folhas num saco mal fechado
Tudo isto só p'ra teres um folhado todo avermelhado
Em Fevereiro quando todas ainda temem
Não ver a Primavera no seu parque
Não ver a Primavera no seu parque
[Refrão]
Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore?
Quem vai dizer às folhas que elas nunca serão árvores?
Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore?
Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore?
Quem vai dizer às folhas que elas nunca serão árvores?
Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore?