[Verso 1]
Se os meus olhos negros fossem claros
Talvez só a luz fizesse parte
Talvez todo o medo virasse arte
Talvez todo o mundo me levasse até ao fundo disto tudo
E o meu peso nunca seria pesado
Se os meus olhos negros fossem claros
Tudo o que eu cortei seria mato e
Tudo aquilo que eu fiz seria raro e
Tudo do que eu fugi seria calmo e nada disto incomodava
Porque a cor dos meus olhos seria clara
Claro, se os meus olhos negros não o fossem
Talvez todo o negro não o fosse e
Houvesse um início onde eu páro
Se tudo o que vejo fosse mais claro
Pois, talvez as questões virassem pontos
E as dúvidas certezas
E a almofada não fosse enchida só de interrogações
Pois, talvez assim se cresça, e sem respostas
Vou enchendo a almofada
Com perguntas p'ra depois

[Refrão]
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem
Se os meus olhos negros fossem claros

Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem
Se os meus olhos negros fossem claros

[Verso 2]
É incrível como tudo muda e sai
Da linha daquilo que a gente cria e vais chorando
Cresces como os outros, queres mais
Mas nunca te vingas na tentativa e sais furado
E em cada recomeço mesmo longe
O cheiro do fracasso não te larga e é mais pesado
O medo do que todo o seu contrário
E a condição já nem é acertar, é não ser um falhado
E eu vou falhar, sei que vou falhar
E a ousadia com que penso o meu futuro
Aponta-me para os pés e eu fico parado
Eu queria fazer algo que interessasse mas
Nada tem interesse nada faz ter
Logo a ideia é escrever sobre como
Eu não consigo ter ideias p'ra escrever mais
Tudo é tão cinzento e talvez se os meus olhos fossem claros
A luz me contagiasse
Eu soubesse pensar menos e quisesse sorrir mais

[Refrão]
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem
Se os meus olhos negros fossem claros

Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros
Se os meus olhos negros fossem, fossem claros

[Outro]
Mas se os meus olhos negros forem negros
Os filtros nunca mudam e Novembro
Terá sempre mais tons do que segundos
E a lembrança que tudo se vai com o vento
Mas se os meus olhos negros forem negros
Os filtros nunca mudam e Novembro
Terá sempre mais tons do que segundos
E a lembrança que a seguir virão rebentos
E a lembrança que a seguir virão rebentos
E a lembrança que a seguir virão rebentos
E a lembrança que a seguir virão rebentos
E a lembrança que a seguir virão rebentos
E a lembrança que a seguir virão rebentos
Mas se os meus olhos negros forem negros
Mas se os meus olhos negros forem negros