[Verso 1]
Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem pra seguir viagem quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava

[Verso 2]
Eu quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo te alucina, salta e te ilumina quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço

[Verso 3]
Eu quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas quando a noite vem
Eu quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro, a fogo, em carne viva
Corações de mãe, arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo mas não sentes