[Verso 1: Chai]
Nega solta a voz
Convoca a mulherada na missão aqui é noiz
Nega solta a voz
História do gueto a gente constrói
Barroca, maloca, Franco da Rocha
Representante do Fundão, tem quem gosta e quem apoia
Se tem rap a Chai encosta, os bico se incomoda
Pois a voz que solta não é pica, é xoxota
Provoca diferente sensação
Porque a neguinha aqui tem liberdade de expressão
Se acha que vou prender o meu pensamento?
Vou deixar ele voar com a tempestade, com o vento
[Verso 2: Juliana Sete]
Jaraguá, Perus, Zona Oeste, SP
Ventre que me pariu, a MC do rolê
Se pra crer tem que ver, então me veja, tô no close
Não é fake minha pose, não é festim o tiro é doze
Doce da boca, motim da mente
Revolta na mão, tá no meu pente
Não mexe comigo, eu não ando só
Esquerda, direita, posso ser bem pior
Quem me protege não dorme das calles, hip hop
Tá viva essa porra os KKK em choque
Seu monopólio não previu o ataque da matilha
Fodeu, rapaz, tamo aqui, ninguém tira
[Verso 3: Jô Maloupas]
E tem quem fala demais, critica demais, te julga demais
Cadê os ideais? Deixou lá pra trás, de leve e traz
Ideias banais de quem pode mais
Mas bessa panela de pressão estrategicamente desleais só cria rivais
Malandragem de verdade, tio, é saber viver
Sem dever, sem esquecer, respeito prevalecer
Deixa as moscas pousar, bem no meio da sopa
Caminho nas beiradas sapatinho sem vacilar
Desporsa, se não quer ver estrelas não olha pro céu
Tá de chapéu quem pensa que eu tô na parada por troféu
Bem mais cruel, chama emana do fogaréu
Sou a voz das nossas ancestrais
Bruxas queimadas como réu
[Verso 4: TFlowMc]
É pedrada, paralelepípedo no boy ridículo
Propício, promíscuo, que sempre tenta abafar grito
Ridículo, machismo e o nosso poder infinito
Não baixo a guarda, caio na batalha
Metemos a cara e gostamos disso
Se acha que é machão, só peço uma roda de free
Monna brutal no afronte dispensando os mimimi
Nosso reparo eu vou perseguir
Com minas munidas vou me revestir
Empoderamento em momento, de mim
Então, cuza, aplaude ai
As irmãs, Talibã, guerreiras do dia a dia
Mic é minha transmissão, transmutação, ação por dia
Irreverência é consciência na decência de ser cria
A monna brutal decapitando homofóbico machista
[Verso 5: Jana D' Notria]
Não finja que me conhece, conhece
Eu sou bem pior do que parece
Não preciso provar nada pra você, questiona de onde vim
O que fiz pra estar aqui, se me criei ou denominei MC?
Me chamou de agressiva selvagem
Espera só pra ver eu reproduzir minhas maldades
E aí Vai me conhecer, vai saber
Desprezo muito mais o que vem de você
Questiona minha origem nada luxuosa
To cagando pra gente rixosa
De onde eu vim, não se dá satisfação
A gente entra pra lutar com os pés no peito não contendo emoção dissipando repressão
Com as manas na causa pra refazer essa missão
[Verso 6: Bruna Muniz]
Subestimada mas eu vim com as mãos atadas
Sou luz no escuro, plantando mais frutos, avisa os impuros somos da estrada
De heroínas que trabalham reunidas
Fazendo justiça, curando feridas, cultivam a vida semente divina
Ser realista pra falar verdade
Dói no peito ver que o mal habita ainda na cidade
A união faz parte, tô aqui pra não ser tarde
Covarde não cabe em mim
Sou guerrilheira e luto assim
A mensagem pra manter de pé a nossa conduta
Cultura de rua, virou armadura contra ditadura
Cobrando postura, respeite e segura mulheres refuta
Mente força bruta por mais amor e menos tortura, estamos na luta
[ Verso 7: Letícia/Manchinha]
Letícia vulgo Manchinha quem conhece sabe
Que eu nunca precisei de aceitação pra chega na base
Enigmática, difícil de desvendar
Sou eu que preciso acreditar
Empoderada pelas minhas parceiras
Vidas cruzadas na caminhada
Registra essa fita e salva
Que os princípios. as palavras sempre foram a união
Eu nunca me encaixei no padrão da mídia
Da massa da televisão
E nela sou a representação
Que diz três vezes: não a toda alienação
[Verso 8: Lilian DuGuetto]
A cultura hip hop vem crescendo nas perifas
Não desacredita hip hop é minha sina
As minas de fé, não dá migué então mete o pé
Revolução não é pra qualquer
Dichavando" as ideias, bolando meus pensamentos
Abrindo barreiras, ladeiras, becos e vielas
Abrindo janelas, mente conscientes
Independente, incansavelmente
Os 4 elementos, vem entrando na sua mente
No subconsciente a ideia é quente
Minha munição são minhas letras
Que como um tiro de escopeta estraçalha de bandeja
Estraçalha de bandeja
[Verso 9: Cíntia Savoli]
Coragem pra enfrentar, a malandragem pra se esquivar
De cara com a covardia, matando um leão por dia
Onde os meus estiverem, eu estarei também
Nas grades de uma cela, mas favelas, veja bem
Toda essa luta não será em vão
O Estado genocida e racista vai pagar tostão por tostão
Daremos nossas vidas se preciso for
Nunca foi por dinheiro, é por ódio e também por amor
Mas por favor, não confunda a bruta com a flor
É doce, mas é foice pra decapitar o opressor
Avante na luta, conduta de Maria Bonita
Feche sua cara, racista, machista e oportunista