[Intro]
Atenção, desligue a televisão, aumente o volume do som
Tire as crianças da sala, conteúdo: drogas e palavrão
Inadequado a quem tem rabo preso, perigoso pra sensibilidade
Anti-mídia, contra o governo, som proibido pra menor de idade
Se for pra falar de amor, falo da minha mãe, da minha comunidade que fortalece
Se a verdade dói, então não escute esse rep
Som não comercial, legalmente legal
De acordo com o beat falo o que existe
O que achamos que é certo, não me importo com o que os outros
[Verso 1: DK]
Dizem que eu não passo o conteúdo intelectual
Dizem que as ideias não são de som comercial
Existe, em cada canto do toal, contado uma crônica
Estilo pesado, treme o chão junto as placas tectônicas
Bomba atômica bum, século vinte um
Anjos caídos, perdidos, carnívoros em jejum
Fecha a boca do leão, pisa em cima da serpente
Bota pneu pros cuzão e a "hollipointer" no pente
Tá mandado, tá tramado, tá tramando
Nos não rende homenagem pra esses tipo de malandro
Quem faz não fala, invade, armado o condomínio dos patrício
Dribla a câmera de vídeo, sai, sai sem deixar indício
Somos anônimos do cântico, sinônimo do pânico
Na caminhada pelas flores, pisamos em crânios
É nós, no basquete, no futebol ou na improvisação
Luz, câmera e ação, viemos cobrar escravidão
Evolução, pra todos que já começa em si
Essa é a favela versada na voz dos mc
Sei que não é fácil, deixo intacto, meus pactos
Sem status, obstáculo eu transformo em espetáculo
Com a babilônia de orgia, afundar num mar de fantasias
Tu não é batom mas vive andando na boca das vadias
Colou com o louco de Peugeot, pra tirar uma de patricinha
Pede caneca de açúcar na casa das vizinha
No exame da arcada dentária foi achada sua ossada
Só pra poder se ligar na direção das suas palavras
Aterrorizou as tiazinhas, caiu dentro do sistema
Com aliança de barbante, apelido de morena
E o outro que foi espancado aqui no morro
Botando Royal na carga, cheirando o lucro todo
Novinha se prostitui pra poder viver
Prender em casa num dá de graça o que só tem pra vender
Muita desgraça né, não dá pra ser comercial
Mas eu não posso te vender aquilo que não é real
Não faço a trilha sonora do casal da novela
Falo da vagabunda adúltera que hoje anda careca
Adolescência, ela já sofria dependência
Deu a luz a um feto com crises de abstinência
Ninguém vem ajudar a divulgar meu cd
Porque viemos falar o que o governo quer esconder
Não é final de novela, felicidade ou casório
Escrevemos nossa vida sem saber o repertório
Somos loucos querendo uma sociedade justa
Tem mais merda: o meu cd ou propaganda eleitoral gratuita?
De comida vive o povo, não é de rep tu já disse
Mas, sem ele nos não vive, simplesmente existe
Conto a verdade nas linhas, fale da sua vida
Ve se tu é mc ou comerciante de rima
Que faz som de mentira, fala de amor verdadeiro
As piranha que eu conheço, elas só pensa em dinheiro
Que é fácil fazer, quando tu tá com droga o que investe tu dobra
Mas, vai fácil, não sobra
Dizem que eu não mudo a ideologia
Dizem que esse som tá cheio de apologia
Existe um exército marchando nas ruas que pra ver o
Arco-íris passa por sol e chuva
[Refrão: Dudu Black]
E viemos aí para tirar um som
Sem saber se vai vender ou não
Comunidade em primeiro lugar
Pros irmãozinho, o nosso habitat
[Verso 2: DK]
Eu defendo com unhas e dentes, caneta e repente
Certo, sigo em frente, eu sei que vou chegar
Se o futuro a deus pertence
Fortemente na corrente, tá pesado fica ruim de pegar
Fico com medo das coisas que eu percebo
Quem tem dólar, quem tem dólar, quem tem euro domina os maiores feudos, rapá!
Os camponeses ainda acordam cedo
E pega o busão cheio é o jeito pra poder trabalhar
Tá perguntando quem é esse malandro
Chegando se expressando e falando, querendo contrariar
Se tu não sabe apenas por enquanto
Vai chegar o meu mano cantando que vai te apresentar:
[Refrão: Dudu Black]
[Outro]
Apresentando adl mc’s;
Lord, dk e a mulecada tão chegando aí
Humildemente, produzindo um rep do bem
O dudublack tá aí também!