Vivo com uma faca enterrada nas costas
Ai, que bom que é
Que bom que é
Sentado à espera de D. Sebastião
A cadeira nem é minha, é do papão
Que bom que ele é
Vivo com a fome entalada na garganta
Ai, que bom que é
Que bom que é
Sentado à espera que o céu me dê pão
A cadeira, emprestou-ma o sacristão
Que bom que ele é
Vivo com a guerra a bater à minha porta
Ai, que bom que é
Que bom que é
Sentado à espera do obus dum canhão
A cadeira, emprestou-ma o capitão
Que bom que ele é
Vivo a trabalhar nove dias por semana
Ai, que bom que é
Que bom que é
Sentado à espera da revolução
A cadeira, emprestou-ma o meu patrão
Que bom que ele é
Vivo com uma faca enterrada nas costas
Ai, que bom que é
Que bom que é
Sentado à espera de D. Sebastião
A cadeira nem é minha, é do papão
Que bom que ele é