O Teatro Mágico
Os Insetos interiores
A futilidade encarrega-se de maestra-los
São inóspitos
Nocivos
Poluentes
Abusam da própria miséria intelectual
Das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia
O veneno se refugia no espelho do armário - lembrou um deles
O ninho deve estar infectado! – lembrou outro
Antes do sono: o beijo de boa noite
Antes da insônia: a benção
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa: a família
São soníferos...
Chagas sem curas
Não reproduzem. são inférteis, infiéis, infertebrados
Arrancam as cabeças de suas fêmeas
Cortam os troncos
Urinam nos rios
E na soma dos desagravos, greves e desapegos
Esquecem-se de si
Pontuam-se
A cria que se crie!
A dona que se dane!

Os insetos interiores proliferam-se assim... na morte e na merda

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estomago
A sensação de... ? O que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformado parece bem vindo e quisto
É mais fácil aturar a tristeza generalizada que romper
Com as correntes de preguiça e mal dizer
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais

E assim, animais ou menos assim...
Descompromissados com o próprio rumo
Desprovidos de caráter e coragem
Desatentos ao próprio tesouro...
Caem

Desacordam todos os dias
Não mensuram suas perdas e imposturas!
Não almejam
Não alma

Já não mais amor

Assim são:
Os insetos interiores