Keso
Óbvio
[Intro]
Uhh... Não, eu, eu tento ver a coisa de outras formas mas...
(Não, a sério que tento...)
No fim do dia, o mundo é meu...
Ya, o mundo é meu, a galáxia, tudo...
(*aplausos*)
Obrigado
(Obrigado a quem? Tás a gravar sozinho)
O mundo... pois, o mundo, ele...

[Verso 1]
Ele gira à minha volta, de facto
Comboio às voltas nos carris da minha auréola
Tu não entendes? Só quero chegar tão alto
Como o nível em que não é demais se eu, por acaso
For embora com um sorriso e morra no palco
Eu? Não faço nada senão sonhar alto. (Chega?)
Muita lua e pouca Terra
Viver o som e acreditar que a vida presta
E que vou tirar o troféu desse intocável altar
Sair com a casa a ir abaixo
Eu já não sei
Se venho a este bar porque passam som que me agrada
Ou se passam som que me agrada porque eu venho a este bar

[Refrão]
Há um mundo à minha volta, eu sei
Eu vejo o globo a girar em prol do meu dia
Se não, então finjo que não vejo
Eu não vejo a verdade, cada vez que o globo gira
Com vergonha demais, eu não quero dizer
Então penso e, para mim, assumo o óbvio:
“já não há, já não és um mundo a meus pés”
[Verso 2]
E agora nada me dá gozo
Hei-de ser um trintão preocupante e um quarentão desastroso
Como é que querem que eu faça o que eu gosto se eu só gosto de coisas que eu não posso fazer ou posso mas não devo
Como é que raio eu vou recuperar este tempo?
E o que é que importa aquilo que eu penso ou o que eu escrevo?
No fundo, odeio pessoas, pessoas fazem-me fumar
E fumar faz-me morrer e morrer não vinha a calhar
Só gosto de coisas. Se te tratar como tal
É porque eu gosto de ti, no fundo, então menos mal. (Que bonito.)
Porque “já não és um mundo a meus pés”
(Ya, espectáculo.)

[Refrão]
Há um mundo à minha volta, eu sei. (Eu sabia.)
Eu vejo o globo a girar em prol do meu dia
Se não, então finjo que não vejo
Eu nem vejo a verdade, cada vez que o globo gira
Há um mundo à minha volta, eu sei
Eu vejo o globo a girar em prol do meu dia
Se não, então finjo que não vejo
Eu não vejo a verdade, cada vez que o globo gira
Com vergonha demais, eu não quero dizer
Então penso e, para mim, assumo o óbvio