[Verso 1 - Keso]
Eu lembro a cara desses dois lá no Sá Carneiro

E olhar pra trás foi como um crime
Porque eu nem queria ver-me
Projectado nos olhos de uma mãe
Que já só vê um filho à nora
À procura de um buraco onde esconder-se
E eu parti com aquela dor de um âmago inexistente
Como quem assiste ao seu velório

(3x) Porque eu morri umas quantas vezes

[Refrão]
Certamente eu sou muito burro…
Tanta gente a viver, tanta gente a nadar no luxo
Certamente eu sou muito burro…
Tanta gente a viver, tanta gente a nadar no luxo

(2x) Mas ser honesto é um defeito sério

[Barra da Costa]
(Não fui eu...não foi o sapateiro..não foi o engenheiro..
Não foi o médico...aqueles que trabalham todos os dias
Com os filhos...à chuva..etc..que fizeram deste país o que ele está
Onde está o psicopata que estava no governo
No governo do último governo?)

[Verso 2 - Keso]
Iniciei uma diáspora a um país decrépito
Corrupto
Onde o culto da boa família ensina
Que a riqueza coabita com a pobreza mórbida
Num jardim sem muro
Eles canalizam-te atenção p'ra mudar de assunto
Eu dei a minha educação ao trabalho duro...
Virou normal desvincular o meu contrato ao soco!

Cada macaco no seu galho até dar para o torto
Um atentado ao meu civismo
É como evitar um sismo
Eu vou cooperar contigo até me calcares o dorso
Mas parece que o país já nasceu, torto
Eles vão bater o punho empreendedor
Até se virem no teu dorso

Eles vão bater o punho empreendedor
Até se virem no teu dorso

(conclusão)

[Refrão]
Certamente eu sou muito burro…
Tanta gente a viver, tanta gente a nadar no luxo
Certamente eu sou muito burro…
Tanta gente a viver, tanta gente a nadar no luxo

(4x) Mas ser honesto é um defeito sério

Saí de um gueto pra acabar num gueto
Fokus … eu lembro a cara desses dois lá no
Bruce Grove
Saí de um gueto pra acabar num gueto
Fokus … eu lembro a cara desses dois lá no
Bruce Grove

[Outro]