Pedro Abrunhosa
Eu E Tu Somos Iguais
Saiu pela noite
Pelas ruas do Porto
Procurando os seus olhos
Num copo já morto
Perdeu-se na vida
Encontrou-a na Foz
Entre o Molhe e a Avenida
Há tanta gente a sós
E eu e tu somos iguais
Esconderam palavras
Por três das palavras
Disseram amor
Sem se perceberem
Dan'aram na estrada
No asfalto dos loucos
Entre o céu e o nada
Foram morrendo aos poucos
E eu e tu somos iguais
E pediram-se um beijo
Uma mão que os agarre
Parados no tempo
Para que o tempo não pare
E eu e tu somos iguais

E quando perceberam
Que a noite era só deles
Mataram desejos
E rolaram beijos
Colados ao corpo
Perdidos no chão