Rogério Skylab
Vampiro mordido
As portas do castelo estavam abertas
Um morcego voava pelos campos do céu
Cantava um rock norte-americano
Num cavalo castanho, era estranho, era estranho
Entrei naquela porta entreaberta
Depois de tanto tempo no interior das cavernas
Subi a escadaria aveludada
E os ponteiros marcavam meia-noite assombrada
Ouvia uma música sombria
E cada vez mais sentia uma dor na barriga
O quarto da donzela é um descalabro
Tem uma cama redonda e um retrato de Stalin
E quando ela me viu soltou um grito
Mas que só foi ouvido pelo ouvido dos bichos
Depois cravou seus dois longos caninos
No meu pescoço magrinho, eu sou um vampiro mordido
Entrei pela floresta americana
Me escondi entre os cachos de amarelas bananas
E quando é lua cheia e noite fria
Eu derramo uma lágrima esquisita, esquisita