Rogério Skylab
Pedigree
Pobre de mim que não tenho pedigree
Vivo esperando uma luz, um blues, um sim
Se não me vem não tem de quê
Arrumo um jeito pra esquecer
E canto assim
Num outro dia eu caí, me espatifei
Levei um tombo e rachei meu pincenê
Eu vi estrelas e foi bom:
Nasceu a dor e o céu luziu
Cantei assim. Num outro dia vi o diabo atrás de mim
Um par de córneos e uma capa carmesim
Como é bonito ser assim
Beijei o diabo e disse assim
Eu disse assim
Depois por fim, numa nuvem cor de anis
Anjo divino enterrou a espada em mim
E no entanto agradeci
Pela beleza que há em ti
Que há em ti. Pra terminar, resolvi chegar ao fim
Arsênico e HIV pra mim
Confesso não me arrependi
O abismo é bom, vamos cair
Vamos cair