Rogério Skylab
Minha Vida É Uma Estrada
[Refrão]
Minha vida é uma estrada
Que desemboca no nada
Ela me beija a boca
Quando como cebola
Vim com Vasco da Gava
Com Pero Vaz de Caminha
E quando penso em Lisboa minha voz vai se acabando
[Verso 1]
Ai, o coração da gente
Treme como se treme
Um bêbado com fome
Ai, é uma saudade cheia
Que endoidece a proa
E entristece os peixes
Mas quando chego em casa
Cansado e sem graça
Debaixo da chuva
Coberto de pulgas e com mau-olhado
Que coisa danada
Ser carta marcada na mesa de Exu
Jesus Cristo chorando
Urubu vem chegando
E um vento ecoa na noite, uhhhhh
A patroa me abraça e me chama de otário
[Refrão]
Minha vida é uma estrada
Que desemboca no nada
Ela me beija a boca
Quando como cebola
Vim com Vasco da Gava
Com Pero Vaz de Caminha
E quando penso em Lisboa minha voz vai se acabando
[Verso 2]
Ai, num lar mal assombrado
Com 22 mil escravos
E uma negrinha levada
Ai, o canto das sereias
Seduz os marinheiros
E deixa uma tristeza
Mas quando pego um cavalo
E ponho uma espada
El Cid me abraça
E diz como uma garra de quem sofreu:
O passado não não passa
Ele fica parado pra gente se ver
Quando fico sozinho
Bebido num vinho
E vejo um navio sumindo, ah…
Para além do horizonte
E eu nem sei o seu nome
[Refrão]
Minha vida é uma estrada
Que desemboca no nada
Ela me beija a boca
Quando como cebola
Vim com Vasco da Gava
Com Pero Vaz de Caminha
E quando penso em Lisboa minha voz vai se acabando