Diabo na Cruz
Duzentas Mil Horas
Duzentas mil horas
De solas em brasa
Agora, clamor
Vou no diabo a vapor
Já só paro em casa
Viagens, canseiras
Por nevoeiro denso
Parece milagre
Vou voltar
Ao lugar onde pertenço

Olha o sol a pôr lá por trás da encosta
Olha o alpendre já tem mesa posta
A bola entalou-se entre ramos de árvore
Olha o grito: "Quem vem ajudar-me"

Ma-ma-ma-ma-ma
Maria tu avisavas
Eu não te ouvia
Ma-ma-ma-ma
Meia vida feito galo de corrida

Duzentas mil horas
De solas em brasa
Agora, clamor
Vou no diabo a vapor
Já só paro em casa

Desvendei, desvendei
A morte da bezerra
Fui Solnado a ligar para a guerra
Admiti, admiti
Em respectiva sede
Sorte de Camilo, calma de Mamede

Ma-ma-ma-ma-ma
Maria tu dizias
Eu não escutava
Má-má-má-má
Mágoa antiga
Só no teu regaço acaba

Duzentas mil horas
De solas em brasa
Agora, clamor
Vou no diabo a vapor
Já só paro em casa
Viagens, canseiras
Por nevoeiro denso
Parece milagre
Vou voltar
Ao lugar onde pertenço

Ma-ma-ma-ma-ma
Maria e agora?

Ma-ma-ma-ma-ma
Maria tu avisavas
Eu não te ouvia
Ma-ma-ma-ma
Meia vida feito galo de corrida

Duzentas mil horas
De solas em brasa
Agora, amor
Vou no diabo a vapor
Já estou quase em casa
Adeus odisseias
Longos silêncios
Entrámos na estrada
Que vai dar onde eu pertenço

Duzentas Mil Horas
De solas em brasa
Agora, clamor
Vou no diabo a vapor
Já só paro em casa
Adeus odisseias, longos silêncios
Viagens, canseiras, nevoeiro denso
Solas queimadas pra regressar
Vou voltar, vou voltar, vou voltar
Ah tou mesmo a chegar!