Lucas Santtana
Streets Bloom
[História]
- Chicken or pasta? Chicken or pasta?
- Chicken
- Excuse me, chicken or pasta?
- Ah, what does the pasta have?
- What does the pasta have? Do you have menu cart?
- Oh, yes
- Could you check, please?
- Huh... chicken
- What would you like to drink?
- Water
- What would you like to drink?
- Diet Coke
- É sério que você vai comer isso aí?
- Pois é, né. É o que tem. Cê não vai jantar, não?
- Não, eu nunca como nada
- Como assim?
- Daqui a pouco eu peço um Blood Mary. Alimenta mais que esse prato aí
- Ah, tá. Cê tá lendo o quê?
- Eu tô lendo uma dessas pesquisas britânicas sem sentido. Essa aqui tá dizendo que se você solta um ser humano num lugar descampado, venda os olhos dele e manda ele andar pra frente, ele vai sempre andar em círculos
- Ah, tá. Ela vai voltar sempre pro ponto de partida
- Exatamente. A gente agora podia tá voando em círculo e não ia perceber, né?
- É verdade. Quando você tá no avião, você não... você não tem assim uma sensação de que cê tá sonhando acordado? Eu não consigo acreditar em nada aqui dentro. Não acredito nesse mapa aqui que mostra na tela, nem no horário desse relógio
- Você não acredita no relógio?
- Não acredito. Não acredito. Pra mim aqui é como se a gente tivesse assim... como se não tivesse nem tempo nem espaço, sabe? Meio que, sabe, a gente não tá no fuso de onde a gente saiu nem pra onde a gente vai. A gente não tá em nenhum país. Isso aqui é como se fosse um não-lugar. Não posso virar pro comandante e falar: "ô, para a caravela que eu quero descer". A gente fica entregue a esse... esse limbo, assim. Sempre que eu entro no avião nesses voos longos, o sentimento que eu tenho é: cara, se entrega pro modo avião
- É muito louco, né?
- Muito
- A gente não vai se acostumar nunca. Que viagem: um monstro de metal de sei lá quanta toneladas, se solta do chão, atravessa o oceano tão rápido... Isso não pode ser normal, né?
- É verdade. Mas esses voos comerciais já existem há um século, né? Já tem tempo isso. Mas eu te entendo. Mesmo assim parece uma coisa do futuro. Eu sempre penso nesses filmes, livros de ficção científica que sempre falaram dessa máquina do tempo. Mas a verdadeira máquina do tempo é o avião. A gente entra aqui, 14 horas depois pisa em outro canto do mundo, com outra língua, outra história, outra cultura. Quase outro planeta. É muito difícil de acreditar
- Em mim... Você acredita?

[Verso 1]
When I was walking in town
This morning, after months
On the road
I thought of the memories
All I have seen and what have done
This goal just break my bones
Why the sun is not strong enough?
But the noise in my neighborhood
Brought back the heat
Brought back the wheel
Telling to my friends
Where I went and with who am I
Telling to my friends
Where have been
The steps on the dance floor?
Lit the lights
Of the nightclub
The venue where I played
Was made of brick
From forests plants
And vains don't need no fear
To move you through
The street's blood

[Refrão]
When I die
I will be not aware
Of who I am
But I'm more alive
Than never
To trace my way
When I die
I will be not aware
Of who I am
But I'm more alive
Than never
To trace my way
To trace my way
To trace my way

[Outro]
To trace my way
To trace my way
To trace my way
To trace my way
To trace my way