Eloy Polemico
Deixai Aqui Toda a Esperança
[Verso 1: Eloy Polemico]
A gente assume quando a saída tá longe
A gente mente, mas depois que se tocam as falanges
Os olhos falam, os lábios calam
A epiderme exala as intenções
E as mais despidas se esbarram
Morri em Alexandria ou era um sonho?
Desperto hoje, dúvidas são tudo o que componho
Pouca luz proponho
Relembrar sozinho é estreitar o laço
Morrer num maço ou numa bronha no banho
Pergunta certa é um Big Bang, todo dia eu vejo vários
Dólar num foguete, eu vi reduzir salários
Ilustro a levada no gesto, maestro de mim
Esse é meu manifesto, quase tudo contesto
E testo todos ao redor
E alguns decepcionam, meus métodos funcionam
Manobro os sentimentos que, em mim, se congestionam
Meu ócio é um negócio
Mentes ocupadas não questionam

[Refrão: Eloy Polemico]
Uma escolha, mil estradas
Risco a folha, mil espadas
Marco o tempo, mil ciladas
Às vezes, só olho pra dentro
(Me diz: onde é que eu vim parar?)
Uma escolha, mil estradas
Risco a folha, mil espadas
Marco o tempo, mil ciladas
(Me diz: onde é que eu vim parar?)

[Verso 2: Eloy Polemico]
Eu busco essa beleza inatingível
De harmonia leve e valor intangível
Incrível a miopia dessa gente
Compram sonhos recheados de mentira num mercado volúvel
Matrizes em declínio, as regras são impostas
Pior que farão tudo por você, menos sair das suas costas
Conexão com quem me ouve
É tipo o selo do Orochimaru, eu volto do game over
Sem Land Rover, Kami-Sama que me perdoe
Estilo Ali Babá, tão badass quanto o Joey
A esperança é o pior dos males
Prolonga os tormentos
Mas, também, me faz pensar no quanto vale o show
A pena, o problema, a cena, não é meu lema
Mas, se for de ouro, me diz: quanto vale a algema?
Compro na banca, um smoking
Reparo nas capas, novas tendências
E me sinto em Dublin

[Refrão: Eloy Polemico + (Vivi Âmbar)]
(Me diz: onde é que eu vim parar?)
Uma escolha, mil estradas
Risco a folha, mil espadas
Marco o tempo, mil ciladas
Às vezes, só olho pra dentro
(Me diz: onde é que eu vim parar?)
Uma escolha, mil estradas
Risco a folha, mil espadas
Marco o tempo, mil ciladas

[Verso 3: Vivi Âmbar]
Eu me perdi na vida
E nos meus ideais
Nos meus desejos pobres
E em erros banais
Entre atitudes nobres e crises existenciais
Com tanta expectativa
Eu me frustrei demais, é
Mentiras que ouvi
Em que acreditei
Coisas que omiti
Outras que contei
Já me confundi
Nesse labirinto, sei que me perdi
Às vezes, só olho pra dentro, buscando a saída
Que quinze milhões de méritos não podem dar
Questões tão profundas
Opções opostas me fazem hesitar
A palavra é uma faca de dois gumes
A razão é corrompida por ciúmes
Mas não haverá alarde
Eu resido na ausência e falo com minha consciência
Às vezes, até tarde
Ambicioso, Ícaro, pássaro pobre, fugindo
Forjado, iludido, voando bem alto
Buscando a saída, foi longe demais