Dillaz
Um Conselho
[Verso 1: Dillaz]
Quando tu tiveres sozinho eu 'tou lá pra te acompanhar
Quando te vir a sorrir prometo não fazer chorar
Se tiveres acompanhado, eu afasto a solidão
Se tiveres desamparado eu tou lá pra te dar a mão
Nas alturas de agonia, eu vou-te dar uma poção
Que aumenta a auto-estima e reforça a motivação
Quando tiveres na duvida, eu vou-te dar certezas
Quando tu tiveres às escuras, vou manter a luz acesa
Vou fazer um video com fotografias
As noites mal dormidas passarão a regalias
As horas que passaste a olhar para o teto
Vão ser aproveitadas por minutos mais completos
E dias que passares vão voar numa semana
Mensagens enviadas passarão a telegramas
Guarda o teu roll-ex, levanta o cu da cama que a vivenda luxuosa vai virar uma cabana
Mudar, nã
Porque o dillaz nunca muda
Mas se eu tiver que ajudar, acredita que um gajo ajuda
Cagar em gente abelhuda, ter um voto no papel
Deixar de ser azelha, dar a abelha pelo mel
Vou ser o teu equilíbrio quando a balança se inclina
Dar-te mais esperteza, tirar-te essa purpurina
Quando tu tiveres em baixo eu vou-te pôr bem lá em cima
Nos momentos de aflição eu vou ser a tua aspirina
[Refrão]
A vida que tu levas, levas em vão
É fácil de gozar mas vai de empurrão
E se essa tua cena escrita
Não faças fita
Que ela não implica em vão
E se essa vida é feita para avançar
Então amigo avança mas devagar, pois se essa tua cena escrita
Mas não faças fita, que ela só vai te ajudar

[Verso 2: Zeca]
Uma vida fantasiada, pintada de cores quentes
Em campo suava, lutava com a minha gente
Com o tempo fazia táticas, passivo e consciente
Observava, pensava, jogava com unhas e dentes
Eu era um inocente com os olhos vendados
Focado em objetivos sentia-me hipnotizado, paralisado, cravado num terreno de cimento
A minha companhia era chuva, sol e vento
Espantalho de fora, que topa todos os movimentos
Acabado, destroçado, cheio de ressentimentos
Traumatizado, marcado, com cicatrizes da vida
O destino não tá traçado tem que haver outra saída
Apoio dos amigos, desgosto da família, tanto sofrimento, tanta pouca sabedoria
Para o que sinto, não existe escapatória
Isto são folhas rasgadas, num livro de história
Tive a chance de mudar, não ser o que sou agora
Mesmo que bata com a cabeça não há falhas de memória
Podia ter ultrapassado qualquer espectativa
Fechei a porta e escolhi andar na rua à deriva
Não houve alternativa, existiram ilusões
Vida sinica, fabricada sem emoções
Desespero, leva-me até depressões
O que é que eu faço agora se a vida são dois testões?
[Verso 3: Dillaz]
O que vês à tua frente é complicado
Vou por tudo atrás das costas pra ficares aliviado
E num clima mais pesado vou fazer uma careta
Para que esse clima de chumbo vire uma leve pena
Ver aquilo que tava tapado
Ou pelo menos mostrar-te um mundo que não tinha mostrado
Que a vida parte por trás sem te dar o recado
E no meio desta merda toda boy, quem é o culpado?
Eu vou dar-te uma lembrança, para mais tarde lembrares
Vou arranjar um veneno, para cegar maus olhares
E mesmo que o mundo acabe, seja por onde andares
Boy eu garanto, eu tou aqui para o que precisares
Eu não tou aqui para julgar se tu és preto ou judeu
Porque a vida é feita de ares e tu respiras do meu
E quando um gajo morrer, será que não vai acordar
Ou será que há mais um crédito para voltar a jogar?
E se me vires a voar não sou um anjo, sou um pardal
Que plana e sobrevoa, toda a terra e todo o vale
Num voo mais picado, no seu estado natural
Então diz-me quem é quem, e eu digo-te qual é qual
Houve certos momentos, com pensamentos sonhei
Que a vida sempre me ajudou e para o quando acordei
E por aquilo que passaste se calhar também já passei
Por isso levanta essa cabeça, okay?
[Refrão]
A vida que tu levas, levas em vão
É fácil de gozar mas vai de empurrão
E se essa tua cena escrita
Não faças fita
Que ela não implica em vão
E se essa vida é feita para avançar
Então amigo avança mas devagar, pois se essa tua cena escrita
Mas não faças fita, que ela só vai te ajudar (x2)