Dillaz
1100 Cegonhas
[Verso 1]
Mangas olham de lado
Porque eu fiz um portfólio sem ter óleo na lambreta (Yah)
Aquilo que eu escrevia era piada
E se acabava a papelada
A escrivaninha 'tava escrita com a caneta (Hm)
Eu tenho uma vizinha avariada
Passa a vida na noitada
Não se lembra se agarrou na branca ou preta
'Tou a mandar o props
P'ro meu Bruno o mais fininho
Que é tão fino que desaparecia se pisasse uma sarjeta
Vais dizer que é patrocínio que eu não compro, só me dão (Dão)
Mas ando a ver uns ténis novos p'a comprar e tu (Uh)
'Tás agarrado ao tacho e 'tás abaixo do escalão (-Lão)
E a ver que tem um pénis essa tal de Marilu
'Tás burro e não te interas
'Tás à espera p'a fumá-la
Tu és próximo a enrolá-la e a passá-la p'o monsieur
Aponta bem no teu caderno (-Derno)
Nunca vai virar um rei da selva
Aquele que apanha gonorreia com gnus (Ah)
Voz alta é fadista se olhares
Lá p'ra trás tu "vais-te" lembrar da altura
Em que falavas do fulano
Tu "vais-me" ver na revista (É)
De chinelo e calção e uma tshirtzita comprada ao zezito cigano
Anda papar do meu prato quando é peixe barrigudo
Sei que cantas de galo mas há quem te encurte a rédea
Sou meio despassarado se me vires nas altitudes
'Tou a esquecer a altura em que o trajeto era tragédia
[Refrão]
Pegam lume ao cordel
Gente pendurada me'mo presos por um fio (Yah, yah)
Pegam lume ao cordel
Mil e cem cegonhas sem vergonha a perguntar
Se o que eu fumo é bom mel
Gente pendurada me'mo presos por um fio
Pegam lume ao cordel
Mil e cem cegonhas sem vergonha a perguntar
Se o que eu fumo é bom mel (Ah)
(Se o que eu fumo é bom, ah)

[Bridge]
Já não tinhas dedos p'a contar
As rugas das caras que eu vi (Eu não tenho, não)
Cheguei a guardar a força na gaveta
Mas nunca a perdi (Huh)
Tu vês o olhar de quem quer sempre alcança
Quando olhas p'a mim
Sinto que tens raiva (Huh)
Sinto que tens (Yah)

[Verso 2]
Tudo c'o seu tempo vai
E tudo c'o seu tempo cai
E tudo c'o seu tempo vem
O meu bairro é fundamental (É)
Nem tudo o que é mau vem por mal (Nah)
Nem tudo o que é bom vem por bem
Se tu queres ver a dobrar, então entra no palacete
Limpa o pé no meu tapete e sê bem vindo à Jamaica
Sem carraça na orelha tu olha bem p'o cachorro
Se eu vivesse na lua tinha likes da Laika
Boy, acredites ou não
Eu tenho a vista cegada mas não duvides
Sei o brother que o meu bolso contém
Tu vês foguetes na serra
Se eu tenho a quinta cercada por indevidos
Lava a boca quando falas de alguém (Uh)
E quem te leva p'ra má vida vai por caminho apertado
Sai de cana com fiança e tu ficas no caniçal
Em todo o bairro a regra número 1 é a palavra confiança
Mas ninguém pendura os ténis no estendal
Dillaz fucking MC
[Refrão]
Pegam lume ao cordel
Gente pendurada me'mo presos por um fio (Yah, yah)
Pegam lume ao cordel
Mil e cem cegonhas sem vergonha a perguntar
Se o que eu fumo é bom mel
Gente pendurada me'mo presos por um fio
Pegam lume ao cordel
Mil e cem cegonhas sem vergonha a perguntar
Se o que eu fumo é bom mel (Ah)
(Se o que eu fumo é bom, ah)

[Outro]
Sei o brother que o meu bolso contém
Lava a boca quando falas de alguém