Um Barril de Rap
Vatomanocu
[Letra de "Vatomanocu" com Jean Tassy]

[Intro]
[Alê] Se liga então no bagulho, me empresta uma merreca aí, tia
[Valquíria] Alê, você tem que aprender a ganhar seu dinheiro trabalhando, aqui é o lugar pra você aprender isso
[Alê] Oh, não fala assim comigo não, ein? Tu não é minha mãe
[Valquíria] Não quero ser tua mãe, eu só tô tentando te ajudar
[Alê] Ajudar!? Desse jeito aí vai ajuda porra nenhuma, rapá, um dia a senhora vai me ver fazendo sucesso na televisão, tá ligado!? E aí sabe o que que eu vou falar pra senhora? Vai toma no cu, tia Valquíria! É isso que eu vou falar pra senhora

[Verso 1: Froid]
Cu
Vai tomar no cu
Vai tomar no cu
Vai tomar no cu
Eu 'tô no vermelho, azul de raiva
Andei pelos becos, açudes e praias
Vi seu despejo, não temos mais vaga
Vai tomar no cu
Não quero saber de quem é a culpa
Tá vendo a bagunça, mano, arruma
'Cê pode ser você aqui atrás das cortinas
Dinheiro é riqueza, amor é fortuna
Mãe, eu fritei, essa fumaça é o fusível
Acho que sou eu, mas será que é possível?
Por que que esse maluco me cortou do seu umbigo?
Eu quero uma tattoo
Não sou um playboy, não tenho um pittbull
Tenho ritmo, tenho estímulo, sem nenhum Red Bull
Então, vai toma no cu, sou legítimo
Ainda faço rap na velô dos fast food
Numa semântica romântica, litros de Antártica
Zero de gramática, o resto física quântica
Humanos, a razão é matemática
Vai tomar no cu
[Verso 2: Jean Tassy]
Eu não 'tô na pista pra vir pagar de artista
Cantarolo meu rap na época renascentista
Busquei no macro e micro, entrei no complexo
Pensei no Sol e seu sistema idêntico o da clara em volta da gema
Nego, quero passar um tempo por aqui
Negro, quero passar um tempo por aí
Caranguejo dividido em dois
Um pé no presente, outro rumo a Leonardo Da 22
A poesia me liberta, me abre
A liberdade pra mim é magenta com azul
Nada se compara a liberdade de dizer
Vai tomar no cu
Pode ser a lei natural do animal
De ter o que não precisa de forma proposital
Colocaram uma espécie em suicídio
É só colocar a razão na cabeça deste animal

[Verso 3: Yank]
Do alto do Planalto esse é o buraco do tatu
Eu quebrei o omoplata na Asa Norte, a sobrecoxa na Asa Sul
Quebrando o Tabu, dentro do Baú
Com os mano e a Catu, na Cachu, ali em Paracatu
Então, para pra ver, é tanto paradoxo
No para-lama e para isso hoje eu digo vai tomar no cu
Foda-se o que eu vou fazer e o que tu vai dizer
Na verdade, foda-se eu e você, eu quero é foder
Meter e gemer com essa métrica
Fui num drive-thru, pedi uma serra elétrica, e reprovei em ética
Conhece o final da fábula?
Pergunta pra lebre se a tartaruga não é bem frenética
Eu consegui, dessa vez eu me fodi
Tanto que até me perdi, mas eu aprendi, cansei de fugir
Eu resolvi me aderir
E agora acho que já não posso viver sem mim
A vida é boa pra quem tem dois olhos
Eu escrevo pro Conan Doyle e canto pra Susan Boyle
O planeta é uma bola de haxixe, eu sou o óleo
Brother, você pode ir embora, só deixa um biscoito Oreo
Eu acho isso uma delícia e sigo saboreando
Mano, essa droga mata e eu 'tô comprando
Me afundando em crédito, negativado
Eu fui num neurocientista e me tornei um militar aposentado
Que 'tava cansado, fraco, sem saco, só o caco
Por isso eu deixei no vácuo esses bunda de cu quadrado
Vai tomar no cu dobrado se falar de amor
Vai tomar no cu